No sul de Minas Gerais, Monte Verde se destaca como um destino turístico. Entre trilhas nas alturas e passeios, uma boa dica é aproveitar um winebar!
Arnaldo Grizzo Publicado em 23/10/2022, às 09h55
Quando as temperaturas começaram a baixar em meados de maio na região Sudeste, demos uma escapulida da capital paulista para a divisa de São Paulo com Minas Gerais, no distrito de Monte Verde, da cidade de Camanducaia.
O lugar é point durante o inverno na Serra da Mantiqueira devido às pousadas charmosas (algumas de alto luxo) e românticas, além, obviamente, de suas belezas naturais que podem ser apreciadas em passeios ecológicos.
A distância da metrópole paulista não é muita, em menos de duas horas chega-se a Camanducaia pela rodovia Fernão Dias e, depois disso, apesar de bastante retorcida, a estrada de cerca de 30 km até Monte Verde é bem razoável. E tão logo se chega, cai-se na avenida principal.
Na primeira subida, no número 693, com uma placa pouco chamativa fica o discreto winebar Wine not?, que, entre as várias opções de restaurante (boa parte focada em fondues), vale a visita de quem, como nós, aprecia bom vinho e boa comida.
O lugar é relativamente tímido, não muito grande, com algumas mesas na parte de fora e outras no interior do salão onde fica o bar que ostenta um dispenser de vinhos com espaço para 16 garrafas (mas há mais opções na carta). O menu é curto, tipo bistrô, com entradas para apreciar bebericando algo e até uma sugestão de harmonização com Jerez. Pedimos (minha esposa, Vanessa Sobral, e eu), o risoto de cebola caramelizada e costelinha e um fettuccine Alfredo com mignon. Pratos de sabores intensos para o almoço.
Em um primeiro momento, até pensamos em pedir uma garrafa específica, mas, como bons apreciadores que somos, ficamos tentados a solicitar o “combo”, como assim chamou o simpático e solícito – e conhecedor dos rótulos que oferece – Elcio Iliuk, sommelier da casa. Dessa forma, provamos 12 (seis para minha esposa e seis para mim) taças dos 16 rótulos que estavam à disposição na máquina em doses de 50 ml. De um Moscato Giallo brasileiro da Don Guerino até um Nero d’Avola da Tasca d’Almerita (Regaleali), passando por um rosé da Quinta de Lagoalva e, por aí vai, até chegar a um Jerez Manzanilla La Gitana. Foi uma jornada interessante.
O que funcionou melhor com cada prato? O Nero d’Avola, como esperado, deu-se muito bem com o fettuccine e um Chardonnay da chilena Montes fez bonito com o risoto. Mas, definitivamente, o melhor de tudo foi a oportunidade de provar diversos rótulos, entre novidades e conhecidos (“Mantenho um equilíbrio, pois muitos clientes procuram um rótulo ‘de segurança’”, conta Elcio), diante de uma comida saborosa e muito bem executada. O Wine not? definitivamente foi destaque dessa nossa rápida passagem por esse point turístico de inverno mineiro que, apesar de ter opções requintadas de estadia, ainda sente falta desse mesmo requinte no que diz respeito à enogastronomia.