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  • Da mesa à glória

    por Christian Burgos

    Quando comecei a degustar azeite com a consciência da riqueza do que fazia, passei a ser submetido à história deste alimento e, com isto, conheci melhor este fascinante produto.
    Inicialmente recebi informações sobre suas dimensões etimológicas, botânicas, medicinais e gastronômicas. Isto explicava grandemente o valor do azeite de oliva à humanidade, entretanto, rapidamente descobri que ele tinha uma história ainda mais interessante.
    Imagine a importância de algo cujo espírito humano decide conceder e conceber uma história paralela a simples sucessão de acontecimentos cronológicos. De fato, o azeite recebeu a honra de povoar de maneira nobre e diferenciada a história religiosa do ocidente.
    Há evidências do cultivo da oliveira há mais de seis mil anos e, deste então, o azeite de oliva povoa o imaginário da humanidade, seu inconsciente coletivo. No Egito, a deusa-mãe Ísis, além de ser deusa do amor, tinha entre seus méritos o de trazer aos homens a cultura da oliveira.
    Na Grécia Antiga, cabia a ninguém menos que Atena, filha do deus supremo Zeus e da deusa da sabedoria, a honra da criação da oliveira. Em uma disputa entre ela e Poseidon pela ascendência sobre a cidade de Atenas, Zeus foi vencido, apesar de criar o maravilhoso cavalo-marinho, quando esta criou a oliveira, capaz de produzir óleo para iluminar a noite, suavizar a dor dos feridos e de servir como alimento rico em sabor e energia.
    Os fundadores da Roma Antiga, Remo e Rômulo, teriam visto a luz pela primeira vez ao nascerem sob os ramos de uma oliveira. Neste tempo de Olímpíadas é impossível esquecer que o herói grego Hércules instituiu os jogos em homenagem a seu pai Zeus e gerou uma oliveira cujas folhas passaram a ser utilizadas para confeccionar as palmas e coroas dos atletas vencedores.
    Nas religiões judaica, islâmica e cristã, a oliveira e o azeite de oliva desempenham papel principal em diversas passagens. No catolicismo, o azeite é símbolo da presença de Deus e do Espírito Santo. No Antigo Testamento, Noé recebe o sinal do fim do dilúvio quando uma pomba retorna à arca trazendo no bico um ramo de oliveira. Na Bíblia, ao tratar de ofertas a Deus em Levítico cita: "Quando alguém fizer ao Senhor uma oferta de cereais, a sua oferta será de flor de farinha, deitará

    No judaísmo, o azeite protagoniza a história de um de seus mais importantes feriados, o Hanukkah. De acordo com o Talmud, em certa data comemorativa, o candelabro do Templo de Jerusalém continha óleo de oliva consagrado para apenas um dia de queima, entretanto, miraculosamente, este óleo manteve o candelabro aceso por oito dias, o tempo necessário para prensar, preparar e consagrar mais óleo de oliva.
    Na Bíblia, o azeite é seguidamente representado como medicamento, chegando ao ponto de com nosso precioso vinho ser citado em Lucas 10:34 na Passagem do Bom Samaritano: "E aproximando- se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele." Desnecessário seria lembrar aos cristãos que Jesus passa sua última noite em liberdade no Getsêmani, que significa lagar do azeite, do qual surgiu a interpretação do Monte das Oliveiras.
    Poderíamos passar páginas e páginas colecionando passagens sobre o significado do azeite ao imaginário e espírito humanos. Mas, certamente, independente de sua religiosidade, você nunca mais poderá considerar o azeite de oliva um óleo como outro qualquer.

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