Na Moldávia, a maior adega do mundo guarda 1,5 milhão de garrafas, em “ruas” que cabem um carro dentro
Redação Publicado em 31/01/2022, às 15h00
Imagine ruas enormes, calçadas com mármore, nas quais cabem um carro dentro, cercadas de vinhos por todos os lados. Assim é a adega da vinícola Mileștii Mici, na cidade homônima, na Moldávia, antiga república da União Soviética, ensanduichada entre a Romênia e a Ucrânia.
A maior adega do mundo tem mais de 200 km de comprimento, dos quais 120 km estão ocupados com 1,5 milhão de garrafas (recorde registrado no Guiness Book como a maior adega também em número de garrafas), em túneis com profundidades que variam de 35 a 80 metros. Essas características mantêm o ambiente com temperatura constante entre 12ºC e 14ºC e com umidade de 97% a 98%, ideal para a conservação das garrafas por longo tempo.
Clique aqui e assista aos vídeos da Revista ADEGA no YouTube
Nos nichos, há vinhos do mundo todo, numa amostragem impecável dos grandes terroirs do planeta. E o acervo aumenta a cada dia, uma vez que a adega ganha continuamente novos rótulos por meio de trocas, compras ou doações por vinícolas.
Claro, há raridades também. Metade da adega pessoal de Hermann Göring, o segundo homem mais importante da Alemanha hitlerista, por exemplo, foi transferida para lá após ser confiscada pelos soviéticos (a outra metade ficou na Crimeia), durante a Segunda Grande Guerra.
Além de estocar vinhos, a maior adega do mundo conta com inúmeros ambientes. Há salas de degustação, salas de reunião e salas de jantar, em diferentes estilos arquitetônicos e de decoração. Por eles já passaram líderes como Mikhail Gorbachev e Vladimir Putin, que comemorou o seu aniversário de 50 anos ali.
LEIA TAMBÉM: Inteligência Artificial cria dois vinhos na Moldávia
Reza lenda que o cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a orbitar a Terra em 1961, visitou a adega em 1966 e só saiu de lá escorado, dois dias depois.
Vale dizer que a maior adega do mundo não foi construída para abrigar vinhos. Seus túneis, originalmente, foram escavados para mineração de calcário, no século XV. As escavações, aliás, continuam até hoje, com a mesma finalidade. Isto é, quando o minério acabar, entram mais garrafas. E assim, a adega continua batendo seu próprio recorde, ano após ano.