Após rompimento com Montes, Lapostolle volta para Mistral

ADEGA conversou ontem com Otávio Lilla, e depois com Charles de Bournet, diretor de La Postolle e traz detalhes do retorno da Viña La Postolle para o portfólio da Mistral

Christian Burgos Publicado em 18/10/2022, às 04h25

Vista da vinícola Lapostolle -

Já havíamos adiantado em agosto que um grande produtor do Chile voltaria ao portifólio da Mistral. Ontem Otávio Lilla nos autorizou a divulgar que este produtor é a premiada Viña Lapostolle.

ADEGA conversou ontem com Otávio Lilla, e depois com Charles de Bournet, diretor de Lapostolle, e filho da genial Alexandra Marnier Lapostolle. O fim da relação comercial entre Lapostolle e Mistral se deu 2020 quando a vinícola decidiu que não deveria compartilhar o mesmo importador que Viña Montes.

“É muito complicado estarem Montes e Lapostolle juntos no mesmo portfólio” contou Charles. Otávio relata, “terminamos em 2020 com dor no coração nos dois lados, mas mesmo afastados, o relacionamento entre as famílias continuou ótimo.”

Charles também citou este fato, “o carinho entre as famílias estava lá sempre que nos encontrávamos”.  E completa, “buscamos outro caminho, mas quando Ciro Lilla nos contatou em agosto, e falou sobre a mudança no portfólio ficamos felizes, era natural voltar para casa. Tivemos efetivamente um período curto fora. Para que a Mistral pudesse terminar seu estoque sem competição, não buscamos um importador com foco no on premisse. E como você sabe a Mistral trabalha sempre com estoque elevado para evitar problemas...”. Durante este período Lapostolle trabalhou com vários parceiros mais focados no off premisse, e agora voltam com exclusividade da marca Lapostolle para Mistral.

Clos Apalta, é a exceção, e continua sendo comercializada sem exclusividade, visto sua distribuição a partir de Bordeaux, além da venda direta do Chile. Charles fala sobre nosso mercado, “o Brasil é muito importante, para nós é como o mercado nacional. No enoturismo 35% dos visitantes são brasileiros”, e completa, “nossos produtos são premium e a Mistral é número 1 no on premisse”.

Charles conclui que “Às vezes um não sabe o que se tem até que perca, e nesse sentido esse intervalo de relação foi bom tanto para Mistral como para Lapostolle.” Perguntamos a Otávio o que mudou em Lapostolle: “Ficamos contentes porque as linhas de vinhos deles evoluíram para melhor. Uma linha mais lógica e positiva de trabalhar. Foi mais para top e premium.”

Na semana passada Otávio estava em férias no Txai de Itacaré. O sommelier do resort fez tantos elogios a Lapostolle que Otávio acabou revelando, “tenho uma boa notícia para lhe dar, eles estão voltando para nosso portifólio”. Para Otávio, “o entusiasmo de nossos funcionários e clientes perante a volta de Lapostolle foi um excelente sinal.”

Os vinhos devem chegar ao Brasil em dezembro.

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