A safra de 2003 foi diferenciada e alguns especialistas afirmam que é hora é de bebê-la
Redação Publicado em 19/08/2013, às 10h13 - Atualizado às 12h47
Uma das ondas de calor mais fortes deste século assolou a França dez anos atrás, em agosto de 2003. Nesse ano as temperaturas nos vinhedos de Bordeaux atingiram 40 graus em média.
Como é natural nas plantas submetidas ao stress (seja no excesso de calor, seja no excesso de chuva ou na escassez) elas usam mecanismos naturais para se proteger: derrubam as folhas, secam antes de completar sua maturação e muitas, até, chegam a queimar. Álcool e acidez altos, além de taninos secos são alguns dos resultados desse stress hídrico.
O produtor do Pomerol, Jacques Thienpont, do Le Pin por exemplo, desclassificou sua colheita toda nesse ano, pois em sua região as temperaturas atingiram impensáveis 50 graus.
Mas alguns produtores conseguiram fazer seus vinhos dentro de um determinado padrão de normalidade e assim, contrariando um pouco os 15 anos de envelhecimento que os vinhos de Bordeaux normalmente necessitam para atingir seu pico, a safra de 2003 se mostra pronta - de uma maneira pouco usual - para o consumo.
Will Lyons, colunista de vinhos do The Wall Street Journal, participou de uma degustação de 67 Grand Crus de Bordeaux da safra 2003 e chegou à conclusão que muitos deles estão prontos para o consumo e embora alguns deles não tenham a complexidade aromática que se espera em vinhos dessa gama, eles já estão maduros e suculentos como alguns dos bons vinhos do Languedoc, com textura agradável e acidez baixa.
O colunista também conta que, entre as comunas que saíram melhor nessa safra estão: Pauillac, Saint-Julien e Saint-Estèphe,