Redação Publicado em 01/06/2020, às 18h00 - Atualizado às 21h50
A localização privilegiada do Château Latour, a apenas 300 metros do Rio Gironde, lhe confere o seu carácter especial. São 78 hectares de vinhas na AOC de Pauillac, sendo 47 rodeando o Château. E somente uvas desta parte são usadas para produzir seu principal vinho, o Grand Vin
A história do remonta à Guerra dos 100 anos, entre França e Inglaterra. A primeira menção ao local é de 1331, quando Gaucelme de Castillon, membro de uma família poderosa no Médoc, construiu a torre de Saint-Lambert, que servia de guarnição a tropas inglesas que dominavam a região, protegendo o estuário do Rio Gironde.
A torre original teria sido destruída pelo exército francês e reconstruída no século XVII com o formato atual, e serviria apenas como casa de pombos.
Château Latour ("a torre"), assim como os Châteaux Lafite e Mouton (mais tarde Mouton Rothschild), pertencia ao "Príncipe dos vinhos" Nicolas-Alexandre de Ségur, e foi uma das últimas propriedades a deixar as mãos dos herdeiros de sua família, o que ocorreu em 1963.
O vinho de Bordeaux foi classificado como Premier Cru em 1855 e, na época, era vendido por mais de 20 vezes o valor de um convencional da região.
O Latour possui 78 hectares de vinhas na AOC (Appellation d’Origine Contrôlée) de Pauillac, sendo 47 rodeando o Château, chamados de L’Enclos, há 300 metros do rio Gironde. E somente uvas desta parte são usadas para produzir seu principal vinho, o Grand Vin.
O blend onde predomina a Cabernet Sauvignon varia de acordo com a safra, em vinho que se favorece do clima temperado mesmo em condições extremas, por causa da proximidade do rio e do Atlântico. A combinação afortunada do Gironde, com camadas de cascalho na superfície e um subsolo de argila, oferece vantagens consideráveis ao terroir do Latour
Sua mescla entre força e sutileza utiliza Cabernet Sauvignon em 75% do blend, e o restante é 20% Merlot, 4% Cabernet Franc e 1% Petit Verdot. Esse blend pode variar de ano para ano, dependendo das características de cada casta em cada safra.
O clima no local, mesmo quando em condições extremas, é temperado devido à proximidade do rio e do Atlântico. Com invernos e primaveras mais brandos, a colheita pode ser feita mais cedo.
Em 1993, o empresário e colecionador de arte François Pinault comprou Latour. Em 2012, o Château tomou uma decisão ousada e deixou de ser vendido pelo sistema 'en primeur', onde o vinho é comercializado ainda na barrica, para ser engarrafado e vendido futuramente.