Pavillon Blanc Second Vin, safra 2022 é um raro lançamento de vinho branco do Château Margaux
Silvia Mascella Publicado em 27/01/2024, às 08h00
Em ano de Olimpíada na França, a comparação é válida: entre todos os atletas do mundo, em competições que acontecem apenas a cada quatro anos (neste caso uma exceção, 3 anos), são concedidas três medalhas: ouro, prata e bronze. Isso quer dizer que, ao ganhar uma medalha, não apenas você chegou ao Olimpo, como lhe deixaram entrar no salão principal dos deuses.
No caso do vinho, de um dos maiores ícones de Bordeaux de todos os tempos, o Château Margaux é a medalha de ouro atemporal numa competição onde os pares são igualmente grandes. Pouca gente tem a oportunidade de provar esse vencedor quase 'hors concurs'. E a empresa sabe disso, mas sabe igualmente, que condições especiais existem.
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A perfeição do terroir, o cuidado extremo no cultivo e na vinificação são marcas registradas dos Grandes Château de Bordeaux. Mas nem todas as maravilhosas uvas produzidas por lá entram nos vinhos ícones, pelo rígidos padrões dos vinhateiros bordaleses. As uvas remanescentes, no caso de Margaux, entram no segundo vinho da casa o Pavillon Rouge, que leva exatamente o nome de 'segundo vinho', ou - para voltar para a metáfora - a medalha de prata.
Ao longo dos séculos o Château Margaux faz seus tintos impressionantes (Château Margaux Grand Vin-Premier Grand Cru Classé, Pavillon Rouge du Château Margaux e o Margaux du Château Margaux) e faz também um branco, o Pavillon Blanc de Château Margaux, um vinho com mais de 100 anos de história, com 100% de uvas Sauvignon Blanc. É a medalha de ouro branco do Château.
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Mas assim como a Olimpíada teve, desta vez, um intervalo de três anos apenas (por conta da pandemia de Covid os jogos tiveram que ser adiados por um ano), as condições nos vinhedos de Margaux em 2022 se mostraram excepcionais para as uvas Sauvignon Blanc e a empresa decidiu que as uvas que não entraram no Pavillon Blanc não poderiam ser desperdiçadas. Assim, foram produzidas 8 mil garrafas do raríssimo rótulo Pavillon Blanc Second Vin. A medalha de prata dos brancos da casa.
O ano quente e muito seco, com uma das produções (em volume) mais baixas de toda a história do Margaux resultou em vinhos, segundo comunicado da empresa, com complexidade aromática impressionante e muita concentração. O Château Margaux também informou que o segundo vinho branco do Pavillon tem aromas complexos e florais, é cremoso no paladar, equilibrado e com final fresco e salino. Para completar, é um branco que poderá ser apreciado até as Olimpíadas de 2044.