Diante dos problemas econômicos pelos quais o país passa, italianos têm substituído imigrantes que tradicionalmente veem para trabalhar na colheita
Redação Publicado em 24/09/2013, às 18h06
Italianos que estão enfrentando problemas financeiros têm cada vez mais tomado o lugar dos imigrantes durante a época da colheita. E isso deve ser uma tendência ainda maior já que alguns planos têm sido desenvolvidos nesse sentido.
Um deles é o “Harvest of Solidarity”, na região de Oltrepo-Pavese, que pretende abastecer a demanda de trabalhadores sazonais com pessoas de áreas locais, que podem ser contratadas pelos fazendeiros quando necessário.
“A colheita não é um trabalho difícil. Qualquer um pode fazer. Todos quase são jovens que querem aprender e se dedicar. Espero que eles continuem”, disse Davide Stocco, produtor de 10 hectares perto de Pavia, que, neste ano empregou mais italianos, alguns desempregados, do que imigrantes. “É uma ajuda dada para as pessoas desempregadas daqui. Antes os italianos não queriam trabalhar no campo, então tínhamos muitos problemas para arrumar mão-de-obra. Mas, nesses últimos dois anos, as pessoas voltaram a trabalhar na safra”, comenta.
“Na Itália, há uma crise real. Não há muitos empregos. Você tem que estar feliz com o que tem”, disse Daris, uma jovem de 25 anos desempregada que está considerando continuar trabalhando na fazenda. Por outro lado, Marinella, de 51 anos, diz que faz isso enquanto não tem outras oportunidades: “Não tenho mais 20 anos, então, estou procurando emprego. Enquanto isso, colho uvas”.
Para os viticultores, contratar mão-de-obra local é muito mais barato do que trabalho imigrante, pois não precisam dar alojamento. Um colhedor chega a ganhar 1.300 euros brutos por mês. Além disso, não há problemas de comunicação quando se contrata alguém que a língua local.