Genes relacionados à prevenção do alcoolismo podem desencadear efeitos adversos
Redação Publicado em 27/10/2024, às 19h49 - Atualizado em 28/10/2024, às 08h40
Uma pesquisa revelou uma descoberta sobre os genes que oferecem proteção contra o consumo excessivo de álcool. Embora esses genes desempenhem um papel crucial na prevenção do alcoolismo, também podem estar relacionados a outras condições de saúde.
Os cientistas realizaram uma análise genética em larga escala, examinando mais de 3 milhões de registros genéticos e focando em variações específicas do código genético conhecidas como SNPs. Essas variações genéticas foram previamente associadas a um menor consumo de álcool e a uma redução do risco de transtorno por uso de álcool (AUD).
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Esses "genes protetores" podem desencadear reações desagradáveis por causa do álcool, como náusea, atuando como uma barreira interna contra o consumo excessivo. Entretanto, o estudo sugere que esses genes podem ter um impacto mais amplo na saúde. Os pesquisadores encontraram conexões entre esses genes e condições como doenças cardíacas e problemas de saúde mental, embora a natureza exata dessas conexões precise ser investigada mais profundamente.
Conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, o estudo – chamado "Uma associação de todo o fenômeno e estudo de randomização mendeliana de variantes de uso de álcool em uma coorte diversificada compreendendo mais de 3 milhões de indivíduos" – utilizou um vasto conjunto de dados e foi publicado no Lancet eBioMedicine.
Os autores, incluindo uma professora associada do Departamento de Psiquiatria da universidade, explicaram que as pessoas que possuem a variante do alelo menor do SNP metabolizam o álcool em acetaldeído muito rapidamente, resultando em efeitos adversos como náusea intensa, que supera qualquer efeito prazeroso do álcool.
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De acordo com o relatório, os pesquisadores encontraram associações com características pouco estudadas, relacionadas à saúde neurológica (enxaquecas e epilepsia), imunológica (alergias), musculoesquelética (fibromialgia) e reprodutiva (pré-eclâmpsia).
“Nosso trabalho demonstra que polimorfismos em genes que codificam enzimas que metabolizam o álcool afetam vários domínios da saúde, além dos comportamentos relacionados ao álcool. A compreensão dos mecanismos subjacentes a estes efeitos pode ter implicações nos tratamentos e na medicina preventiva”, afirma o estudo.