Efeitos da seca nos últimos verões europeus podem afetar o cultivo da uva e a produção de vinho
André De Fraia Publicado em 18/03/2021, às 15h30 - Atualizado em 06/04/2021, às 13h50
Um estudo realizado pela Universidade de Cambridge e publicado na Nature Geoscience aponta que desde 2015 a Europa vem enfrentando as secas de verão mais severas dos últimos 2.000 anos.
Falando das uvas e do vinho, especialistas dizem que é benéfico para uma boa safra que haja um estresse hídrico durante o verão, época da colheita na maioria dos parreirais. Porém, a seca severa pode afetar os rendimentos da vindima e até o amadurecimento dos bagos.
"A mudança climática não significa que ficará mais seco em todos os lugares", disse o principal autor do estudo, o professor Ulf Büntgen. “Alguns lugares podem ficar mais úmidos ou mais frios, mas as condições extremas se tornarão mais frequentes, o que pode ser devastador para a agricultura, os ecossistemas e as sociedades como um todo”.
Para conseguir fazer o estudo, os pesquisadores recriaram o clima do verão ao longo dos últimos 2.000 anos analisando os anéis internos formados em carvalhos na República Tcheca e no sul da Alemanha. Apesar dos dados estarem limitados a esta parte da Europa, o estudo se junta a muitos outros que evidenciam os impactos da alteração climática na agricultura e no meio ambiente.
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