Um estudo recente revela novos detalhes sobre como os antigos romanos mantinham seu vinho seguro e cheio de sabor
André De Fraia Publicado em 02/07/2022, às 08h00
Sabemos muito sobre o consumo de vinho na Roma Antiga. A bebida era parte do cotidiano dos romanos e totalmente democrática, consumida por homens e mulheres de todas as classes econômicas.
Porém, novas descobertas vêm trazendo mais luz para como essa bebida era produzida e conservada. Um estudo publicado na revista científica Plos One mostra novas evidências de como o vinho era produzido na antiga Roma.
Segundo os cientistas outras plantas eram adicionadas ao vinho para dar sabor à bebida, prática que era conhecida uma vez que foi descrita em alguns livros sobre o assunto. A análise descobriu pólen de outras plantas no fundo dos jarros, comprovando que a bebida recebia mais do que apenas uvas.
Uma análise parecida já havia descoberto que os antigos judeus tinham um processo parecido utilizando baunilha para dar sabor ao vinho.
Outra descoberta que chamou a atenção foi o fato de os jarros conterem sinais de carvão e resina proveniente de um pinheiro do sul da península itálica. Essa espécie de alcatrão era utilizada principalmente para selar e impermeabilizar a ânfora. Porém, o estudo mostra que o vinho também roubava um pouco dos aromas e sabores da mistura.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram três ânforas romanas de 1.500 anos que foram retiradas de um depósito no fundo do mar encontrado em San Felice Circeo, uma pequena cidade há cerca de 100 quilômetros ao sul de Roma.
Para o estudo, liderado pela química Louise Chassouant, os cientistas utilizaram métodos no campo florescente da arqueobotânica (o estudo de restos de plantas) e foram capazes de determinar como os antigos romanos faziam vinho e quais elementos eles usavam no processo de vinificação e conservação da bebida.