O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento encontrou o aditivo em inspeção da Vigiagro
André De Fraia Publicado em 01/07/2022, às 07h00
A história do polêmico vinho azul ganha um novo capítulo no Brasil.
Um total de 10.500 que haviam sido importadas para o Brasil foram destruídas por conter um aditivo – exatamente os corantes que dão cor ao vinho além de aromatizantes utilizados na bebida – em desconformidade com os regulamentos da bebida no Brasil.
A ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) aconteceu em Blumenau, Santa Catarina, quando o importador responsável decidiu destruir a mercadoria no Brasil e não fazer a devolução para o produtor.
Os corantes E140, E160 e E163 que conferem à bebida a tonalidade azul, além de aromatizantes, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada número 123/2016 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não são previstos na composição de vinhos produzidos ou comercializados no Brasil.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento destaca ainda que a não-conformidade foi descoberta na análise documental dos produtos no momento da importação, sendo que a Vigilância Agropecuária Internacional, a Vigiagro, aconselhou a imediata devolução do produto ao fabricante.
O vinho azul, virou febre em 2017, e, de acordo com o site de alguns produtores, a cor azul do vinho é completamente “natural” e alcançada por meio de uma combinação de “solo e know-how únicos”, além de exposição a “minerais naturais, ervas e algas”. No entanto, o processo de produção permanecia em segredo.
No entanto, essa cor não parece ser tão “natural” quanto os produtores alegam.
Cientistas da Universidade Paul Sabatier realizaram uma análise química em duas marcas de vinho azul e, usando espectrometria de massa de alta resolução, o estudo encontrou evidências do corante alimentar Brilliant Blue FCF (E133) em ambos os vinhos, concluindo que a cor resultante não era o resultado de processos naturais, mas da adição de um corante.