Aproveitando o clima natalino, ADEGA escolheu alguns vinhos para colocar ao lado de pratos típicos da época
Redação Publicado em 14/12/2021, às 16h00
Algumas sugestões para ajudar na escolha dos vinhos da ceia natalina
Falar em harmonizações de Natal é sempre um desafio. Seja pela variedade à mesa, seja pela diversidade de gostos. Com os anos, algumas tradições se consolidam e novidades se incorporam às ceias dos lares brasileiros em função da ascendência da família ou da nova disponibilidade de ingredientes.
Sendo assim, optamos por algumas receitas mais comumente utilizadas, cientes de que ausências serão sentidas.
O bacalhau pode ser considerado um participante “novato” nas ceias brasileiras. Apesar da herança portuguesa de boa parte da população, esse peixe ganhou lugar na mesa de Natal há pouco tempo. Até por essa razão, aparece em formatos variados, desde o bolinho de bacalhau, passando pelo tradicional, com batatas e couve, o Gomes de Sá, até um bacalhau com natas ou um escondidinho.
Dessa maneira, o importante é estar atento à forma de cozimento e ao acompanhamento do bacalhau. Preparações mais simples e leves devem ser acompanhadas por brancos de corpo médio. Conforme aumenta a complexidade da preparação, o vinho deve crescer em corpo, passando para um branco encorpado, como um Chardonnay amadeirado, chegando até um tinto leve, como um Bairrada, por exemplo.
A ceia de Natal abre uma série de oportunidades para boas harmonizações
Outro prato que tem ganhado cada vez mais adeptos na ceia é o tender – um pernil de porco, usualmente magro, defumado. As preparações natalinas invariavelmente envolvem especiarias como cravo da Índia e frutas, como laranja, abacaxi e cerejas. A harmonização perfeita para essa riqueza de sabores é um Riesling alemão, com aquela sensação de doçura, pouco álcool e muita acidez. Os Riesling da Alsácia tendem a ser levemente mais encorpados e mais ricos em boca e, dependendo da preparação do tender, continuam sendo boas opções. Outra alternativa entre os brancos é o Gewürztraminer da Alsácia.
Entre os tintos, o Beaujolais é uma boa, assim como alguns Pinot Noir mais leves e frescos, principalmente do Novo Mundo.
Sem dúvida, o prato de Natal mais consolidado em qualquer mesa é o peru. Assim como o bacalhau, a harmonização do peru depende de outras variáveis que não o ingrediente principal propriamente dito, mas a forma como a ave foi temperada – com cítricos, ervas ou manteiga – e seu recheio – mais inclinado para as ervas ou para miúdos etc. Para as preparações cítricas e com ervas, um Sauvignon Blanc encorpado como Pouilly-Fumé ou Sancerre, ou ainda um Vermentino ou Grüner Veltliner devem servir.
Se tiver um molho mais cremoso ou amanteigado, um branco encorpado como um Chardonnay americano ou australiano, um Châteauneuf-du-Pape Blanc ou um Sémillon australiano são boas opções. Finalmente, com um molho muito encorpado e recheio de miúdos, é melhor partir para um tinto leve, como um Beaujolais, um Pinot Noir do Oregon ou da Nova Zelândia, um Sancerre tinto ou um Dolcetto.
Este 100% Riesling chama atenção pela acidez vibrante e pela textura tensa e cremosa. Elétrico e cheio de frutas brancas e cítricas envoltas por notas florais e de ervas, tem final médio para longo, com toques salinos e cítricos, que convidam a uma segunda taça.
Este é um blend de 60% Baga e 40% Touriga, sem passagem por madeira. Uma ótima versão desse tinto, que esbanja ameixa e amoras frescas escoltadas por notas florais, de ervas e de especiarias, tudo equilibrado por acidez vibrante e taninos tensos. Atenção com ele. Aqui menos é mais.
Este 100% Chardonnay é feito com uvas cultivadas em Gualtallary, no vale do Uco, com fermentação e estágio de 8 meses, sendo 65% em barricas de carvalho francês (15% novas) e o restante em tanques de aço inox. Tem final fluido, suculento e gostoso de beber, com toques amanteigados, salinos e de abacaxi.
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