Superando a crise de 2020, a comercialização global de vinhos se recupera rapidamente da queda forçada pela pandemia de Covid-19
Silvia Mascella Rosa Publicado em 15/02/2022, às 19h00
Mercado global de vinho exportado alcança a máxima histórica de 33,658 bilhões de euros
Embora no Brasil o consumo e a venda de vinhos tenham crescido significativamente durante a Pandemia, o restante do mundo não seguiu o padrão de se isolar e beber vinho como no nosso país.
Os maiores exportadores de vinho sofreram com a crise sanitária, com a queda do consumo na China, com a situação pandêmica nos EUA e com a crise do Brexit, a saída da Inglaterra da Comunidade Econômica Europeia entre outros fatores. Mas a recuperação veio rápida.
Um informe do Observatório Espanhol do Mercado do Vinho (OeMv) afirma que o setor se recuperou mais rápido do que da crise de 2009 e ainda apresentou um significativo crescimento, com o comércio internacional de vinhos (não entra na conta o vinho vendido internamente em cada país produtor) alcançando a máxima histórica de 10,833 bilhões de litros e 33,658 bilhões de euros, o que dá um valor de 3,11 euros por litro de vinho. Esse é um crescimento em 12 meses na ordem de 5,4% em volume e 13,5% em valor.
O país mais afetado pela crise de 2020 foi também o que liderou a retomada em preço, a França. Como a crise sanitária praticamente suspendeu a ocupação de hotéis, bares e restaurantes, a comercialização e exportação de vinhos engarrafados foi duramente afetada no país. Mas a retomada foi forte, com o faturamento aumentando em nada menos do que 26%. A Espanha segue na liderança das vendas em volume, mas com preços mais baixos. África do Sul e Portugal também tiveram bom ritmo de exportações em 2021, enquanto a maior queda foi da Austrália, em guerra comercial com a China, o que prejudicou sua participação na estatística.
O Observatório também coletou dados das aduanas de diversos países e informou que os 13 principais mercados de vinho do mundo representaram 73% tanto do valor quanto do volume dos vinhos importados comercializados entre setembro de 2020 e setembro de 2021. Os países que mais gastaram com vinho foram os Estados Unidos em primeiro lugar, com 5,6 milhões de euros em compras, o Reino Unido em segundo lugar, com 3,97 milhões de euros, a Alemanha em terceiro lugar gastou quase 2,8 milhões de euros em vinhos importados, o Canadá em quarto lugar com 1,85 milhões de euros e a China, em quinto lugar, que comprou 1,5 milhões de euros em vinhos.
Já em volume de importação, os três primeiros compradores são a Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos. Entre os 20 principais importadores de vinhos no mundo, o Brasil aparece na 19ª posição, na frente apenas da Itália.
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