Redação Publicado em 27/06/2020, às 12h00 - Atualizado às 13h38
O presidente da federação de produtores Châteauneuf-du-Pape, Michel Blanc, diz que a mudança climática obriga os produtores a ter mais cuidado com o equilíbrio entre a acidez e o álcool, o tanino e a maturação das uvas
As mudanças climáticas fazem com que produtores de Châteauneuf-du-Pape passem a considerar a adição de vinho branco em seus tintos para melhorar o equilíbrio entre a acidez e o álcool.
Esta é uma prática autorizada desde a década de 1930, mas ultimamente há uma visão de que isso é cada vez mais necessário. Os produtores afirmam que condições mais quentes ligadas à mudança climática significam níveis mais altos de álcool.
A prática de adicionar uvas brancas entre as diversas castas utilizadas no blend do vinho tinto é autorizada desde a década de 1930 no Châteauneuf-du-Pape
O Domaine de la Charbonnière, por exemplo, viu o volume álcool atingir 16% em seu Cuvée Les Hautes Brusquières 2016. A coproprietária do domaine, Véronique Maret, disse que pretende misturar pequenas quantidades de Bourboulenc e Clairette em seus tintos daqui a quatro anos. “As uvas brancas trarão mais acidez”, disse.
Outras propriedades também plantaram variedades de uvas brancas, incluindo Bourboulenc, Picpoul, Picardin e Clairette, para misturar em vinhos tintos.
“A mudança climática nos obriga a ter mais cuidado com o equilíbrio entre a acidez e o álcool, e o tanino e a maturação da uva”, afirmou Michel Blanc, presidente da federação de produtores Châteauneuf-du-Pape.
De cerca de 290 produtores, ele acredita que muitos estão planejando misturar uvas brancas em seus tintos.