Redação Publicado em 05/10/2010, às 07h46 - Atualizado em 09/03/2019, às 10h52
Pesquisadores suíços da Escola Politécnica de Lausanne em parceria com estudiosos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmam ter criado uma máquina capaz de medir rapidamente os níveis de polifenól dos vinhos.
A idéia veio como uma nova maneira de tentar decifrar o paradoxo francês, uma questão que ainda intriga muitos estudiosos. Apesar de possuírem uma dieta extremamente calórica e gordurosa, os franceses estão entre os povos com maior expectativa de vida e menor índice de problemas cardiocirculatórios de toda Europa.
Muitos atribuem essas condições ao consumo moderado de vinho, uma vez que a bebida contém substâncias - como os polifenóis - que retardam o envelhecimento do corpo e do cérebro humano e que parecem reduzir o risco de doenças do coração. No entanto, o trabalho logo adquiriu outra perspectiva.
"Começamos olhando o ponto de vista médico, mas percebemos que também havia uma aplicação comercial interessante para o dispositivo", disse Jean-Charles Hoda, um dos membros da equipe de pesquisa. Do tamanho de uma caixa de fósforos, a invenção fruto da parceria entre suíços e norte-americanos já foi testada em 500 vinhos e está pronta para ser comercializado na França.
Seus criadores estimam que o preço do pequeno aparelho deva ficar em torno de dois mil euros. No momento, apenas versões destinadas para o uso em adegas foram criadas, mas a empresa suíça Diagnogene já está planejando um modelo para enófilos. "Posso perfeitamente imaginar pessoas escolhendo um determinado vinho por ele ser mais saudável do que outro", conta Hoda.
Ele afirma que o produto ajudará vinicultores a fazerem bebidas com mais polifenóis. "Sabemos que esses antioxidantes vêm da pele das uvas e que, por isso, as uvas tintas são melhores do que as brancas, no entanto os níveis também podem ser determinados pela duração da fermentação e por outros fatores", explicou o pesquisador. Segundo Hoda, os testes suíços mostraram que a Pinot Noir é a variedade que oferece os maiores benefícios à saúde. "Sejamos honestos, é melhor beber uma taça de vinho do que tomar uma pílula. Com moderação, é claro", brincou ele.
Os estudos sobre as propriedades benéficas do vinho no coração e no cérebro humanos já são conhecidos há algum tempo, no entanto, elas não são comuns apenas aos "bons vivants" franceses. Em 2006, um estudo realizado por pesquisadores britânicos afirmava: "O consumo regular e moderado de vinho tinto está ligado a um menor risco de doenças cardíacas e a uma maior expectativa de vida".
Aproveitando a ideia de um vinho saudável, que tal um Pinot Noir para o almoço? Este vinho é parte do projeto da filha do extraordinário Nicolas Catena Zapata, Laura, no Vale de Uco, Argentina. De paladar rico, muito corpo e com um final estonteante o Syrah Laborde Double Select 2006 é um vinho que vale a pena para qualquer enófilo degustar.