A companhia aérea dos Emirados Árabes já injetou mais de 1 bilhão de dólares no programa
Paula Daidone Publicado em 16/06/2023, às 08h00
Ser recebido no avião com uma tacinha de champagne é o desejo de todo passageiro. Mas isso se restringe apenas aos afortunados que viajam de Executiva e Primeira Classe. E se tratando da Emirates, esse mimo pula para um patamar de requinte sem igual. Ao entrar na aeronave, o passageiro Emirates é recebido com uma taça de Dom Pérignon. A partir dessa informação você já consegue ter uma ideia do nível do serviço de vinho da Emirates.
A Emirates possui a maior adega de companhias aéreas de todo o mundo. Instalada na Borgonha (França), a adega armazena cerca de 7,4 milhões de garrafas de vinho. A seleção contempla rótulos de 12 regiões produtoras (África do Sul, Argentina, Alemanha, Austrália, Áustria, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Nova Zelândia e Portugal), muitos adquiridos ‘en Primeur’.
As garrafas permanecem na adega amadurecendo, até a hora certa de consumo. Os vinhos tintos de Bordeaux servidos na Business Class permanecem na adega da Emirates por uma média de 8 a 10 anos, enquanto os reservados para a Primeira Classe são servidos apenas entre 12 e 15 anos após a compra. Alguns rótulos só estarão prontos para beber em 2037.
Passageiros da primeira classe podem desfrutar do Emirates Vintage Collection, uma seleção com alguns dos mais prestigiados rótulo servidos em rotas pré-determinadas e por um por tempo limitado. Entre as opções que já passaram pela First Class, Château Cheval Blanc 2004, Château Haut Brion 2004, Château Mouton Rothschild 2001 e Château Margaux 1998.
As refeições servidas a bordo recebem uma atenção especial, justamente para complementar a experiência do vinho. Os pratos são elaborados por uma equipe de gastrônomos e sommeliers que desenvolve um de acordo com o destino do voo e o vinho que será servido. Em voos de e para Dublin, por exemplo, o Château Cheval Blanc 2004 foi servido com um filé de carne de vaca irlandesa. Já na rota para Genebra, o mesmo vinho foi combinado com uma carne de veado grelhada.
Enquanto aprecia a harmonização, o passageiro pode assistir uma programação totalmente voltada ao vinho. Em seu canal on demand, a cia disponibiliza documentários que mostram as estratégias de compra da empresa, a relação com os produtores e receitas das comidas servidas com cada vinho.
Há também uma série de vídeos de degustação orientada, fornecendo informações valiosas sobre a história do produtor e os elementos que dão a cada vinho seu sabor singular. Se você está apreciando um Château Haut Brion 2004, por exemplo, há um vídeo para ajudá-lo a entender suas nuances e descobrir suas características.
Antes de embarcar, é possível conferir no site da empresa a carta que será servida no voo, explicação de todo o serviço e também adquirir os vinhos da adega da cia e retirar no aeroporto de Dubai.
A Emirates passou a investir pesado nesse setor em 2006. Desde lá, já foram injetados 1 bilhão de dólares no programa. A França é o principal mercado de fonte para a aquisição de vinhos pela Emirates. Em 2018, a companhia aérea aplicou 120 milhões de euros na indústria do vinho, sendo 100 milhões apenas na França. Esse mercado representa 85% do total de investimento anual da cia.