O vinho de Pantelleria, a pérola negra do Mediterrâneo

A região de Pantelleria é rica em enoturismo e foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade

Redação Publicado em 19/06/2019, às 17h00

Em Pantelleria, as vinhas estão espalhadas entre vários pequenos vilarejos. Além disso, são conduzidas e podadas em um sistema chamado “alberello”. São vinhas baixas, mais assemelhadas a arbustos, com galhos que crescem horizontalmente por aproximadamente um metro e produzem de um a dois cachos de uvas por esporão. São plantadas em cavidades de cerca de 30 centímetros de profundidade e com distância de, mais ou menos, dois metros entre cada vinha. Todo esse sistema serve para proteger folhas, brotos e frutos do vento e também para captar orvalho e água das chuvas para suas raízes.

Por conta de todas essas particularidades, as uvas Zibbibo que caracterizam a ilha recentemente foram declaradas pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. É a única prática agrícola da lista e a eleição para sua inclusão foi unânime, em reconhecimento à tradição das famílias que há gerações vêm cultivando vinhas em condições extremas – tanto de clima, quanto de saúde, já que o plantio, poda e colheita são impactantes para as colunas dos viticultores –, procurando manter a cultura local.

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MITOLOGIA

Pantelleria também é uma ilha cercada de história e lendas. Acredita-se que seja ela a mítica ilha de Ogigia, mencionada por Homero na “Odisseia”, onde Ulisses, encantado pela bela ninfa Calipso, permaneceu por sete anos. E os vinhos de Pantelleria são mencionados ainda na mitologia grega. A deusa Tantit teria seduzido Apollo, aconselhada por Vênus, servindo-lhe uma taça de vinho Moscato da ilha.

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