A ADEGA preparou uma lista com 10 excelentes livros sobre vinho
Redação Publicado em 29/05/2019, às 13h30 - Atualizado às 13h30
Vinho é história, é conhecimento, é paixão. Assim sendo, ADEGA resolveu eleger 10 livros essenciais para quem é apaixonado por vinho. Não nos restringimos a guias e enciclopédias, primordiais para quem quer aprender mais. Fomos além e sugerimos boas leituras.
Tilar J. Mazzeo, Editora Rocco, 304 páginas
O subtítulo do livro já o resume bem: “A história de um império de Champagne e da mulher que o construiu”. No entanto, a história de Nicole Barbe Ponsardin, a mulher que ficaria conhecida pela alcunha de Veuve Clicquot, é muito mais do que a simples história da construção de uma marca de Champagne. A viúva foi uma pioneira, com pensamento e atitude muito à frente de seu tempo, sobressaindo-se em uma época em que apenas os homens cuidavam dos negócios. Ao retratá-la, a obra acaba também por contar boa parte da história dos vinhos de Champagne, pois Nicole e sua marca sempre foram personagens centrais.
Hugh Johnson, CMS Editora, 256 páginas
Uma obra-prima do crítico inglês, Hugh Johnson. Para quem quer mesmo conhecer a história do vinho, desde os seus primórdios até os dias atuais. Em suas mais de 250 páginas, ele conta, em detalhes, o surgimento e a evolução da bebida passando por diversos países e povos, que deixaram sobre ela suas influências. A obra tem boas imagens ilustrativas e também está repleta de curiosidades, que enriquecem ainda mais o conhecimento. O texto, muito bem concatenado, cativa. É leitura obrigatória para quem curte história. O único problema do livro é ser muito grande e complicado de manusear.
George Taber, Scribner, 330 páginas
Infelizmente, o livro sobre o “Julgamento de Paris”, a degustação que revolucionou o mundo do vinho, não tem edição em português – pelo menos não no Brasil. Ainda assim, não deixa de ser uma obra imprescindível. Nela, George Taber – o jornalista que esteve presente na prova realizada no dia 24 de maio de 1976 em Paris – mais do que contar todos os detalhes do que ocorreu, monta um panorama histórico da vitivinicultura nos Estados Unidos. Seu gostoso texto vai às origens da indústria do vinho norte-americana para explicar como ela foi capaz de superar os míticos rótulos franceses em uma degustação às cegas.
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José Osvaldo Albano do Amarante, Mescla Editorial, 566 páginas
Lançado em 2005, este livro rapidamente se tornou a principal referência para quem quer aprender sobre o mundo do vinho no Brasil. Extremamente didático, ele serve tanto para quem está dando seus primeiros passos no conhecimento da bebida, quanto para quem já tem alguma experiência, pois trata os temas de forma direta e detalhada. Nele, descobrimos desde como os vinhos são feitos (do vinhedo passando por todos os processos de vinificação e enológicos), até dicas para a hora de comprá-los, servi-los e armazená-los, ainda com um rápido panorama dos principais países produtores.
Ellin McCoy, Campus Elsevier, 408 páginas
Robert Parker sem dúvida é o crítico de vinhos mais influente do mundo. Mas como ele atingiu esse posto? O livro conta os bastidores da vida desse advogado de Baltimore que se apaixonou por vinho depois de uma viagem para a França e, cansado de não ter boas referências para compras, decidiu revolucionar a forma como os rótulos eram avaliados – tornando tudo o mais objetivo possível. Além de explicar como ele foi capaz de influenciar o gosto dos vinhos, a obra revela curiosidades pouco conhecidas sobre sua trajetória. Lamentavelmente está esgotado nas livrarias, sendo encontrado apenas em sebos.
Carlos Cabral, Editora de Cultura, 223
Carlos Cabral é um dos maiores estudiosos do vinho no Brasil. Esta obra, publicada em 2004, prontamente se tornou a principal referência sobre a história do vinho em solo nacional. Ela remonta a tempos pré-coloniais, em que os índios produziam “vinhos” das frutas que encontravam por aqui, passando pela chegada dos primeiros viticultores e pela colonização italiana, em um panorama de como a indústria evoluiu até os anos 2000. O livro é rico em informações e curiosidades que poucos conhecem sobre a história do vinho no Brasil. Quem quer compreender como e por que chegamos até aqui, precisa ler.
Maximillian Potter, Twelve Books, 304
Romanée-Conti talvez seja o vinho mais cultuado do planeta. Por ano, meras 5 mil garrafas (em média) são produzidas em um vinhedo de apenas 1,81 hectar na Borgonha. Em 2010, porém, tudo isso quase foi destruído quando criminosos ameaçaram envenenar as vinhas (são somente 82) caso não recebessem 1 milhão de euros “como resgate”. O que parecia apenas uma brincadeira de mau gosto, logo se transformou em um escândalo que levou a uma investigação repleta de drama (um dos suspeitos cometeu suicídio). Esse incrível “romance policial” ainda revela histórias e curiosidades sobre esse vinho mítico. Ainda não tem versão em português.
Oz Clark, Pavilion Books, 224 páginas
Este livro vai na pegada das obras que proclamam “X vinhos que você precisa conhecer” ou “X vinhos que você precisa beber antes de morrer”, mas de uma forma muito mais interessante para quem aprecia história. Lançada recentemente, a obra de Oz Clark, famoso crítico de vinhos britânico, usa como mote a história de 100 vinhos clássicos para, na verdade, contar a história do vinho. Dessa forma, ele vai evoluindo no tempo. Primeiro, começa apresentando vinhos da Antiguidade clássica, citados por diversos historiadores, depois, passa por garrafas de produtores célebres que marcaram época e ficaram eternizadas, até chegar aos rótulos atuais mais representativos. Ainda sem versão em português.
Jancis Robinson, Julia Harding e José Vouillamoz, Penguin Books, 1280 páginas
Lançado em 2012, este livro nasceu para ser a “bíblia das uvas”. Nele estão listadas nada menos do que 1.368 variedades de vinhas em um trabalho primoroso de pesquisa que, além de simplesmente catalogá-las, revela suas origens e também o que podemos esperar de seus sabores. Dessa forma, torna-se um guia de consulta obrigatório para enófilos, especialistas ou não, pois, a cada uva pesquisada, descobre-se um pouco mais não somente sobre ela, mas também sobre a história do vinho. Antes mesmo de iniciar sua colossal lista de uvas, a obra discorre sobre a videira, suas famílias, possíveis pragas, enxertos, clones etc. Uma referência, para dizer o mínimo. Ainda sem versão em português.
Don e Petie Klaustrup, Zahar Editora, 256 páginas
Este é um dos relatos mais impressionantes sobre a relação do vinho com as duas grandes guerras mundiais. Nele, o casal Klaustrup conseguiu – a muito custo, já que o tema da guerra é meio que tabu entre uma parte da população francesa que a vivenciou – reunir histórias fantásticas sobre a influência dos conflitos para famílias tradicionais do mundo do vinho, assim como suas atuações durante as ocupações nazistas, a resistência e as inúmeras batalhas. Uma obra memorável, que traz um panorama sobre uma época sombria para os produtores das principais regiões vitivinícolas da França. Texto de fôlego, contagiante, para ler em uma sentada.