Redação Publicado em 25/05/2011, às 09h01 - Atualizado em 28/02/2019, às 12h50
A uva Pinot Noir teve difícil aceitação quando chegou no sul da Nova Zelândia, em Central Otago, nos anos 80. Por muitas décadas, a principal fonte de lucro daquela região era a criação de ovelhas 'merino', cuja lã era macia e demasiada fina. Nos últimos 25 anos, contudo, muitas das áreas de ovinocultura foram transformadas em vinícolas, uma commodity bem mais lucrativa.
Vinícula em Central Otago, Nova Zelândia |
Em apenas uma geração, a Nova Zelândia emergiu como o novo Éden da Pinot Noir. A variedade produz um suco esplêndido, mas poucos lugares fora de Borgonha - afinal, essa variedade é a assinatura da região francesa - conseguiram uma boa credibilidade com essa uva frágil e de casca fina.
Ao contrário do clima úmido e marítimo que prevalece em boa parte do país, nas encostas e bacias do interior de Central Otago os dias são quentes e mais secos, e as noites, frescas.
Esse vinho, contudo, pode envelhecer como um bom de Borgonha? Segundo Beppi Crosariol, jornalista especializada em vinhos, "se o Felton Road Block 3 pinot 2002 servir de parâmetro, sim. Sedutoramente envolvente, com taninos suaves e notas de cereja, ele enche a boca com um bom peso mas ainda parece fresco".
Segundo ela, a qualidade geral dos vinhos tintos de Central Otago é ainda mais notável, considerando a relativa juventude das videiras - não tem mais que doze anos. As de Pinot costumam produzir seu melhor fruto quando tem entre 25 e 45 anos, momento em que ela entra na 'meia-idade', produzindo menos frutos, porém mais saborosos.