Provamos a nova safra da Casa Valduga

ADEGA degustou com exclusividade safra do vinho ícone da tradicional vinícola

Christian Burgos Publicado em 29/10/2018, às 17h00

Em recente viagem à Serra Gaúcha, fomos convidados a almoçar e degustar com Eduardo Valduga e Daniel Dalla Valle, enólogo do grupo Família Valduga. Conversamos muito sobre a colheita do ano, sobre o posicionamento do vinho brasileiro e Eduardo frisou que eles foram pioneiros em “abraçar a internacionalização”, lançando sua importadora (a Domno) e depois produzindo vinho em outros países. “Não condenar o importado, mas abraçar a oportunidade”, disse.

Falamos também sobre a evolução como o estilo mais valorizado no mundo, com vinhos que prestigiam a fruta e o terroir, e como isso favorece o terroir brasileiro. Daniel apontou sabiamente que, “em outros momentos, o mundo do vinho parecia ir contra a natureza”.

Também degustamos, e muito, inclusive o ícone Storia 2012, que este ano completa 10 anos de sua primeira safra. Este grande Merlot, que só é produzido em anos especiais, continua sendo um balizador do melhor que se pode produzir com a uva tinta da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos nas safras em que é lançado. Não à toa, tornou-se objeto de desejo entre enófilos, que querem ter a oportunidade de degustá- -lo, e colecionadores. Um dos poucos exemplares de vinhos brasileiros que encontram um mercado de segunda mão.

AD 92 pontos

STORIA 2012

Casa Valduga, Vale dos Vinhedos, Brasil (sob encomenda). A garrafa que degustamos ainda não havia sido rotulada. Além da guarda em barricas, o vinho já ficou três anos em afinamento em garrafa. Daniel Dalla Valle explica que ele não tem data para ir ao mercado, “degustamos a cada seis meses até dizer que está ok”. O que encontramos em garrafa comprova a safra 2012 como uma das melhores no Brasil. Excelente interação dos taninos presentes e as frutas aveludadas. Um vinho para amantes da margem direita de Bordeaux, evolui bastante no decanter e em taça, passando pela pimenta branca, tabaco, cassis, café, anis e canela. Menos exuberante e mais austero que o 2005, um reflexo do clima em 2012. Produziram 6.000 garrafas e, neste momento, apenas 3.200 serão vendidas. Com seis anos, tem a virtude de ser vendido num momento em que já está muito bom para ser consumido. CB

AD 91 pontos

CASA VALDUGA GRAN LEOPOLDINA CHARDONNAY 2017

Casa Valduga, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 120). Historicamente se revela um dos melhores brancos brasileiros. Belíssimo nariz, primeiro pêssego e pera, depois evolui para ervas aromáticas, quase incenso. Por fim, abacaxi maduro, mas não em compota. Esta safra demonstra mais estrutura, que ajudou a equilibrar a madeira que se revela untuosa ao fim de boca com perfil a toffee. Mas seu aspecto mais encantador está na acidez e mineralidade, que o torna vibrante, confirmando a fruta e proporcionando elegância e frescor. CB

Degustação Casa Valduga Storia