Segundo ela, o somatório de experiências locais explica a qualidade das bebidas, não o terroir
Redação Publicado em 20/08/2014, às 08h55 - Atualizado em 03/12/2014, às 08h04
De acordo com a professora francesa Valéry Michaux, não é por conta da química do solo, do clima, ou do conhecimento do local que os vinhos como os de Champagne e Rioja são considerados alguns dos melhores do mundo, mas, sim, por conta da colaboração entre os produtores e pela somatória de experiências.
No livro "Estratégias de Vinificação Territorial, Clusters, regulamentação e Marcas territoriais", Valéry argumenta que o sucesso internacional dos vinhos é de responsabilidade total do “efeito cluster”, forte regulamentação e uma única marca territorial, em vez da noção de terroir.
O livro foi escrito por uma equipe de pesquisadores franceses e internacionais de diversas disciplinas entre economia e gestão.
Para a professora, a região vinícola de Silicon Valley, na Califórnia, é um bom exemplo de local que faz bom uso do “efeito cluster”, o qual inclui uma forte concorrência empresarial, inovação e ajuda solidária mútua. “A presença de uma aliança estratégica entre os profissionais do vinho contribui significativamente para o desenvolvimento de uma única marca territorial e sua influência. Uma regulamentação local forte também é essencial para a marca existir”, afirmou.
O grupo de produtores do Silicon Valley analisou os estudos de caso de diferentes vinhedos ao redor do mundo, incluindo os de regiões bem sucedidas como Champagne e Rioja, de regiões em desenvolvimento como Cahors e Armênia e de coprodutoras como as do norte da Itália e do Vale de Bekaa, no Líbano.