Pesquisa com quase 20 mil participantes conclui que, além de ajudar no presente, o vinho reduz o risco de problemas cognitivos futuros
Redação Publicado em 09/08/2022, às 06h20
Uma equipe de pesquisa liderada por Changwei Li da Faculdade de Saúde Pública da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu que consumir bebidas alcóolicas moderadamente (o vinho é a mais saudável de todas, sabemos) está associado a uma maior facilidade no processo de aprendizagem, memória, atenção, vigilância, raciocínio e capacidade de resolver problemas.
Estas funções do cérebro conhecidas como cognitivas tendem a decair com o passar dos anos, porém esse estudo mostra ainda taxas mais lentas de declínio cognitivo em idades avançadas nos bebedores moderados.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram dados de 19.877 participantes do Health and Retirement Study, estudo de quase 20 anos da Universidade de Michigan sobre o envelhecimento da população dos Estados Unidos.
A idade média dos participantes foi de 62 anos, cerca de 60% mulheres; 40% homens.
Para analisar a função cerebral cotidiana, os participantes receberam uma pontuação geral de saúde da mente com base em seu desempenho em três áreas: recordação de palavras, status mental e vocabulário.
Eles foram avaliados repetidamente ao longo de nove anos para ver como a memória, a inteligência e as capacidades gerais de conhecimento haviam mudado.
Os resultados mostram que bebedores moderados se saíram consistentemente melhor nas três áreas em comparação com os que não bebiam.
Como a frequência de consumo de álcool foi auto relatada pelos participantes, há espaço para possível viés.
E apesar do resultado, os pesquisadores não conseguiram apontar exatamente por que essa associação positiva existe. O estudo não tinha dados suficientes para tirar conclusões sobre bebedores contumazes, mas citou o uso excessivo de álcool como um grande problema para a saúde do cérebro.
Sardenha na Itália é uma das Blue Zones, ou Zonas Azuis, é um termo criado em 2005 em um artigo que tentava explicar locais do mundo onde a população tem a tendência de viver mais.
A pesquisa mostrou que entre as características que levam à longevidade está o consumo moderado de vinho, especialmente na ilha italiana. Lá a casta mais cultivada é a Cannonau, também conhecida como Grenache ou Garnacha.
Pesquisas inicias mostram que o vinho produzido com a Cannonau na Sardenha tem até três vezes mais flavonoides que a média global, esta substância trabalha na regulação da pressão sanguínea e auxilia contra o surgimento de doenças cardíacas, tornando o vinho um dos pilares dos centenários na Sardenha.