Conheça o ranking dos vinhos mais caros de Bordeaux com base em preços “en primeur” e na média do Wine-Searcher
Se alguém perguntar quais são os vinhos mais caros de Bordeaux, é provável que você mencione os cinco Premier Grand Cru da classificação de 1855: Haut-Brion, Lafite, Latour, Margaux e Mouton. Talvez inclua também ícones como Petrus ou Cheval Blanc.
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Mas será que todos estão entre os mais caros atualmente? Você saberia dizer qual deles, ou melhor, qual vinho de Bordeaux lidera a lista?
A classificação de 1855, solicitada por Napoleão III, usava os preços da época para classificar os vinhos. Se fosse refeita hoje, algumas surpresas surgiriam. Vamos conferir o ranking dos vinhos mais caros de Bordeaux atualmente, com base em preços “en primeur” e na média do Wine-Searcher.
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- Liber Pater
O vinho mais caro de Bordeaux, surpreendentemente, não pertence à classificação de 1855. Liber Pater, um projeto do enólogo Loïc Pasquet, surgiu em 2005 na região de Graves. Pasquet cultiva uvas esquecidas em pé-franco, utilizando métodos de vinificação ancestrais. As garrafas, verdadeiras raridades, são vendidas por cerca de US$ 4.000.
- Petrus
Petrus, de Pomerol, também não faz parte de nenhuma classificação, mas está entre os mais desejados. Suas garrafas custam em média US$ 3.500, e sua fama cresceu após ser servido no casamento da rainha Elizabeth II. Produzido pela família Moueix, Petrus é feito exclusivamente de Merlot, com uma produção limitada a 30 mil garrafas por ano.
- Le Pin
Outro ícone de Pomerol, Le Pin é conhecido como o "Romanée-Conti de Bordeaux". Com apenas três hectares, sua produção é mínima, e suas garrafas chegam a US$ 3.500. Criado por Jacques Thienpont, o vinho é um dos pioneiros do movimento “garagista”, que foca em produções limitadas e técnicas inovadoras.
- Lafite
Château Lafite-Rothschild é o Premier Grand Cru que mais consistentemente atinge altos preços. Em campanhas “en primeur”, seu preço de lançamento costuma ser o mais elevado entre os cinco Premier. Garrafas de Lafite facilmente chegam a US$ 1.000, mesmo em safras recentes.
- Lafleur
Château Lafleur completa a tríade dos grandes vinhos de Pomerol. Com apenas 4,5 hectares, a produção é limitada a 12 mil garrafas por ano. Apesar de uma história que remonta a 1872, seu reconhecimento recente o colocou entre os vinhos mais caros, com garrafas que chegam a US$ 1.000. A qualidade excepcional e a pequena produção garantem sua alta demanda.
- Latour
Desde que saiu do sistema en primeur em 2012, Latour adotou uma estratégia de lançar vinhos apenas quando prontos para o mercado. Isso elevou o valor de suas safras, especialmente as antigas, que vêm se valorizando constantemente. Em 2020, lançou a safra de 2012, com preços comparáveis aos dos outros Premier Grand Cru, e sua raridade só aumenta sua cotação.
- Ausone
Ausone, um fenômeno de Saint-Émilion, é Premier Grand Cru Classé A da região. Com preços frequentemente superiores aos de seus concorrentes, como Cheval Blanc, o prestígio de Ausone cresceu tanto que o Château decidiu abandonar a classificação de Saint-Émilion em 2022. Seus vinhos são altamente valorizados, com preços consistentemente altos no mercado.
- Margaux
Château Margaux deve sua revitalização à família Mentzelopoulos, que investiu na propriedade nos anos 1970. Sob a direção de Paul Pontallier, Margaux alcançou novos patamares de qualidade e preço. Algumas das safras mais recentes têm atingido valores muito elevados, colocando Margaux acima de Mouton e Haut-Brion em termos de preço.
- Cheval Blanc
Cheval Blanc, de Saint-Émilion, alcançou fama mundial e é considerado um dos melhores vinhos do século XX, especialmente pela safra de 1947. Com 39 hectares e produção rigorosamente controlada, seus vinhos são extremamente valorizados. Sua atenção aos detalhes garante a qualidade e eleva seus preços a níveis elevados.
- Mouton
Château Mouton Rothschild subiu à categoria de Premier Grand Cru em 1973. Além de seu prestígio, Mouton se destaca pelos rótulos artísticos exclusivos, que agregam valor às garrafas. Mesmo em safras medianas, o valor dos vinhos tende a ser influenciado por essa singularidade, mantendo Mouton entre os mais caros de Bordeaux.
Publicado originalmente na Revista ADEGA edição 190 · Agosto/2021
Republicado após atualizações e adaptações para o formato digital