O diretor Geral da OIV, Pau Roca, afirmou que o ano de 2021 mostrou uma recuperação parcial no consumo global de vinho
Silvia Mascella Rosa Publicado em 29/04/2022, às 14h10 - Atualizado às 14h30
A Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV), com sede na França (e que já foi presidida pela pesquisadora brasileira Regina Vanderlinde) apresentou, no último dia 27 de abril, seu relatório anual apontando alta no consumo e nas exportações mundiais de vinho.
O diretor Geral da OIV, Pau Roca, afirmou em sua apresentação do relatório que o ano de 2021 mostrou uma recuperação parcial no consumo global de vinho, que vinha decaindo desde 2018 principalmente por conta do menor consumo entre a população da China.
Diferentemente do Brasil, onde o consumo de vinho aumentou muito durante a Pandemia, na Europa por - conta do fechamento de bares e restaurantes e das restrições de turismo - o consumo havia decaído ao menor nível desde 2022, mas em 2021 retomou o crescimento. Em números globais, o consumo de vinho subiu 0,7% no ano passado. Parece pouco, mas é um número positivo para produtores e vendedores.
Abaixo você pode conferir o vídeo com a coletiva de imprensa em inglês:
A União Europeia representa 48% do consumo mundial, com a França sendo o líder com 25.2 litros de vinho por pessoa ao ano. Os Estados Unidos seguem sendo o maior consumidor mundial, com 33 litros por pessoa ao ano, sendo que esse número quase que não foi alterado por conta da pandemia.
Como vários países já vinham reportando neste ano, as exportações globais de vinho atingiram um nível recorde, com aumento de 4% em relação a 2020. Mas o mais importante é o acentuado aumento de valor das garrafas exportadas, que chegou a 16% (atingindo 34,3 bilhões de euros). "A França se consolida como principal exportador mundial, com 11,1 bilhões em 2021; sendo que todos os principais exportadores registraram crescimento, com exceção da Austrália, que sofreu sanções da China", revelou Pau Roca.
Vinho engarrafados, a granel e espumantes tiveram aumento de comercialização, enquanto as exportações de bag-in-box caíram tanto em volume quanto em valor. Mas entre tantos números positivos, o relatório também aponta que a produção mundial de vinho caiu 1%. Parece pouco no geral, mas no detalhe é diferente: a produção de importantes países europeus seguem caindo ano a ano e em 2021, particularmente, sofreu com problemas climáticos que afetaram gravemente a produção, que caiu 8%. "Enquanto isso o Hemisfério Sul registrou um aumento de produção de 19% em relação a 2020", disse Pau Roca.
Por fim, a Espanha segue sendo o país com maior superfície plantada de vinhedos (964 mil hectares), seguida da França (798 mil hectares) e da China (783 mil hectares). O relatório ainda revela uma preocupação das lideranças da uva e do vinho com o ano de 2022, marcado pelas dificuldades econômicas e de fornecimento da cadeia produtiva e de energia na Europa, além dos reflexos da guerra na Ucrânia.