O falsificador chegou a vender mais de 12 mil garrafas falsificadas em apenas um leilão
André De Fraia Publicado em 21/07/2022, às 06h40 - Atualizado às 09h00
Rudy Kurniawan é um indonésio que vivia nos Estados Unidos. Grande apreciador de vinho e dono de uma coleção invejável, atraiu a grande sociedade para seu entorno e logo ficou famoso entre os maiores enófilos dos Estados Unidos.
Porém, parte desse glamour estava envolvido em uma grande farsa.
Kurniawan ficou famoso por ter vendido milhares de garrafas falsificadas de diversos grandes vinhos em leilões. Acredita-se que apenas em um evento em 2006, mais de 12 mil garrafas falsificadas foram arrematadas por entusiastas do mundo do vinho.
Rudy Kurniawan elaborou seus vinhos falsificados misturando vinhos antigos com safras mais recentes. A história é tão singular que virou documentário Sour Grapes mostrando sua ascensão nas mais exclusivas degustações de vinho até sua queda.
Ele foi condenado em 2014 a 10 anos de prisão e ainda precisou pagar US$ 28 milhões em restituição às vítimas e outros US$ 20 milhões ao fisco. Porém, depois de cumprir sete anos de detenção, o gatuno foi libertado pela justiça e levado sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, onde ficou detido por mais cinco meses em Chaparral, Novo México, aguardando a finalização do processo de deportação permanente.
A transferência da prisão federal de El Paso, onde Kurniawan cumpria pena, teria ocorrido para acomodar demandas operacionais e devido a um surto de Covid-19 que atingiu a região. A "nova casa" do falsificador foi citada em uma auditoria realizada em 2017 como um local com muitas deficiências na custódia dos presos. Em 2011, por exemplo, a prisão passou por um problema de falta de papel higiênico e os internos passaram a roubar um do outro para ter na sua higiene pessoal.
Neste período, Rudy tentou comprar um assento na primeira classe por pura provocação, dizendo que os americanos o colocariam no pior do lugar do avião. Enfim, foi finalmente deportado e não poderá voltar aos EUA.