O enólogo Matías Michelini plantou um dos vinhedos mais meridionais do mundo na região de Bahia de Bustamante
Redação Publicado em 14/02/2019, às 20h00
Um terroir de baleias e pinguins? Assim poderia ser definida região de Bahía Bustamante, na Argentina, abaixo do paralelo 45º sul, onde foi instalada um dos mais recentes vinhedos do país. O enólogo Matías Michelini (Passionate Wines, SuperUco), o proprietário de resort Matias Soriano (Bahía Bustamante Lodge) e o destilador de gin Tato Giovannoni (Apostoles Gin) plantaram menos de um hectare de Sémillon e Pinot Noir a poucos metros da costa. “Os pinguins e leões marinhos saíram do mar para nos ver plantando a vinha”, disse Michelini. A região nunca foi cultivada com vinha antes e esta é uma das vinícolas mais meridionais do mundo – com latitude semelhante à Central Otago a 45,1º sul.
Apesar de sua latitude, a região tem uma leve influência marítima com temperaturas médias no verão de 19ºC e raramente abaixo de 10ºC. A influência marítima é o que Michelini, Soriano e Giovannoni estão buscando. “Na maré alta, o mar chega a poucos centímetros de molhar as videiras. Propositadamente, plantamos variedades muito delicadas porque queremos provar o Atlântico nos vinhos”, disse Michelini.
A primeira colheita do vinho “Bahía Bustamante” é esperada para os próximos quatro anos. Vale lembrar que o projeto Costa y Pampa da Trapiche foi pioneiro no litoral de Buenos Aires, em 2009. A Bodega Tapiz também possui vinhedos litorâneos com 120 hectares plantados em Viedma.
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