Pesquisa revela que vinho supera títulos do governo como investimento

Desde 1900, vinhos raros valorizaram 5,3% ao ano acima da inflação

Redação Publicado em 03/07/2014, às 08h02 - Atualizado em 27/08/2025, às 08h10

Desde 1900, vinho valorizou 5,3% ao ano acima da inflação

 

Vinhos de alta qualidade representam investimentos melhores que objetos de arte, selos e títulos do governo, aponta uma pesquisa feita pela Cambridge Judge Business School em conjunto com a Vanderbilt University e a HEC Paris. O estudo que remonta a 1900.

Os pesquisadores usaram preços de casas de leilões no Reino Unido e constataram que os vinhos de alta gama, como os Premier Cru Classés de Bordeaux, por exemplo, tiveram uma apreciação de 5,3% ao ano acima da inflação durante todo o período estudado. Esse valor é muito superior aos 2,4% dos objetos de arte e aos 2,8% dos selos e também seria acima dos 5,2% de valorização do mercado de ações mundial se não fossem os custos de armazenagem, que reduzem os ganhos para 4,1% ao ano.

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Segundo os analistas, algo notável a respeito do vinho é que seu valor pode subir ao mesmo tempo em que a qualidade do vinho cai. Os grandes exemplares amadurecem bem durante décadas, mas, com o tempo, podem se transformar em vinagre e tornar-se impróprio para beber. Mas, mesmo assim, seu preço tende a subir.

Para Elroy Dimson, um dos autores do estudo, os vinhos muito antigos se transformam em "vinagres muito charmosos" para os colecionadores. Dimson e seus colegas argumentam que o valor do vinho tem três componentes: o de consumo imediato, os dividendos potenciais na espera por amadurecer e seu valor como um item de colecionador.

Isso dá origem a um ciclo de vida "estranho", como é o do vinho velho, em que o valor aumenta impulsionado por seu apelo para o consumidor até que ele atinja a maturidade, então estanca e, em seguida, sobe novamente para um patamar final, em que, apesar de você não poder beber, a raridade da garrafa faz com que ela se valorize.

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Com o tempo, os preços dos vinhos também aumentam com o crescimento da riqueza. Quanto mais as pessoas podem pagar pelos vinhos de qualidade, mais o custo sobe. Portanto, o vinho tem uma correlação com os mercados de ações.

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