Condomínios vitivinícolas oferecem o sonho de entrar para valer no mundo do vinho. Faça as contas e veja se vale a pena
por Por Arnaldo Grizzo
Quem começa a se embrenhar no mundo do vinho logo se fascina. É impossível não se apaixonar por essa bebida encantadora, por sua cultura milenar, sua história riquíssima e todos os valores que a envolvem. O caminho natural do enófilo, então, passa de degustador esporádico para consumidor frequente, chegando ao ponto culminante e inevitável que é se transformar em colecionador.
No entanto, há ainda quem não se contente em guardar e degustar seus rótulos especiais e, no fundo, tem aquela ânsia de participar verdadeiramente desse universo. Atualmente, há alternativas para quem quer viver esse sonho sem ter que comprar uma vinícola, estudar enologia, mudar-se para o campo etc: os condomínios vitivinícolas.
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Esse tipo de empreendimento têm se tornado cada vez mais comum no mundo todo e mais recentemente vem se instalando também na América do Sul, inclusive no Brasil, que teve o anúncio de dois projetos neste ano. Com a proposta de ajudar enófilos a realizar o sonho de produzir seu vinho e, além disso, oferecer um bom investimento, esses condomínios têm atraído a atenção de muitos apaixonados que possuem divisas para encarar uma “aventura” de prazer e, quem sabe, lucro.
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Todos os empreendimentos partem de pressupostos bastante similares, ou seja, eles se instalam em áreas com potencial vitivinícola (pois a ideia é produzir uvas e vinhos e não apenas valorização imobiliária), mas que além de um simples condomínio de “produtores” seja também um conglomerado turístico com benefícios especiais para os seus condôminos.
Sendo assim, cada investidor adquire uma parte da propriedade, cujas parreiras serão cultivadas e cuidadas pela equipe técnica de uma vinícola de renome, que, além de garantir a compra da uva, também oferecerá assistência a esse novo produtor na hora de elaborar seu vinho.
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Esse modelo básico, com algumas diferenças e particularidades, está por trás do The Vines of Mendoza e também do O.Fournier Wine Partners, ambos localizados no promissor Vale de Uco, na região de Mendoza, Argentina. Neles, após adquirir o terreno (geralmente parcelas de cerca de 1 hectare), o investidor recebe assessoria para definir qual uva cultivar em seu vinhedo e como produzir seu vinho.
No preço inicial estão inclusas taxas de manutenção até que a vinha comece a produzir realmente – o que demora cerca de dois anos –, além de custos de seguros e proteções contra granizo e geadas. Porém, não é necessário esperar pela maturidade das vinhas para que o proprietário comece a produzir seu próprio vinho. É possível comprar ou trocar uvas dentro do condomínio, ou seja, se seu terreno tem apenas Malbec, mas você quer fazer um vinho de Cabernet Sauvignon, basta vender suas uvas e comprar outras.
Além de poder elaborar um vinho próprio, participar do pool de proprietários traz outras vantagens para os investidores, como um certo número de diárias gratuitas no complexo de enoturismo do local – essencial para quem quer acompanhar de perto as etapas de produção – entre outros privilégios.
Para tornar o negócio ainda mais atraente financeiramente, os condomínios garantem a compra da uva e dizem que essa compra tende a cobrir todos os custos de manutenção anuais. Os custos de produção do vinho, contudo, seriam amortizados somente com a posterior venda dos rótulos no mercado – e é daí também que poderiam vir os lucros.
Então, investir em um negócio assim é viável economicamente ou estaria mais ligado a uma questão emocional? “Não faz sentido investir só pelo retorno financeiro, precisa dar algum retorno emocional também”, diz um empresário carioca (que prefere não ter o nome revelado), que adquiriu em abril de 2013 um lote de 1,2 hectare cultivado com Malbec do projeto O.Fournier Wine Partners (que, ao todo, tem 84 parcelas individuais).
“Analisei bem durante bastante tempo e pareceu ser um bom investimento. Considerando a qualidade e a quantidade de vinho que poderia produzir, pareceu que dava para ter um bom retorno. Mas o prazer também tem que ser levado em consideração. Eu só investiria em coisas em que tivesse um gosto pessoal e que me desse prazer”, pondera.
Sua experiência “vitivinícola” tem sido intensa desde a aquisição da propriedade. Apesar de suas vinhas ainda não estarem produzindo, ele decidiu fazer um vinho. Em parceria com a equipe da Bodega O.Fournier, elaborou 4.800 garrafas que está atuando para comercializar em restaurantes do Rio de Janeiro e também através da internet. “Eles lhe dão toda a assessoria não somente na produção do vinho, mas também na hora de importar”, conta, esperando amortizar o investimento e, quem sabe, lucrar algo.
Visão similar tem o empresário campineiro Adriano Fernandes Alves, que há cerca de dois anos investiu em um lote de 1,4 hectare em sociedade com um amigo também no projeto do produtor José Manuel Ortega Fournier.
“Quando compramos, fizemos um estudo. No ano, o investimento pagava os custos e dava mais 4% ou 5%. Então, pelo menos pagar o custo, acho que paga. Nós vamos produzir vinho, se for bem, toda safra vamos querer fazer um rótulo. Acho que existe uma chance de ter lucro com duas ou três safras”, aposta, mesmo sabendo que esse é um investimento de cunho emocional.
“A compra foi mais com o coração”, admite Emerson de Almeida, ex-diretor da Fundação Dom Cabral, que há cinco anos investiu em um vinhedo de 1,6 hectare plantado com Malbec (75%) e Cabernet Sauvignon (25%) no The Vines of Mendoza. “Não tinha como meta um ganho de dinheiro, mas também não queria perder. Fiz as contas, conversei com as pessoas e vi que, se eu produzisse um vinho diferenciado, original, artesanal, para oferecer para amigos e conhecidos e um certo mercado que gosta de vinho super premium, poderia empatar ou até, quem sabe, ganhar dinheiro”, revela o empresário de Belo Horizonte.
“A compra foi mais com o coração. Não tinha como meta um ganho de dinheiro, mas também não queria perder”, diz Emerson de Almeida
Então, ao ouvir investidores desses projetos, nota-se claramente que o impulso para a compra de um vinhedo veio de suas paixões pelo vinho, mas, no fundo, nenhum deles quer perder dinheiro e, para isso, é preciso fazer algumas contas e entender como tudo funciona.
O The Vines of Mendoza, iniciado em 2005, nasceu fundamentado no turismo, com um resort de alto padrão na propriedade de 1.500 hectares, sendo que 700 deles estão disponíveis para vinhedos privados.
Atualmente, o condomínio reúne 135 proprietários, sendo 30 brasileiros. “Em 2006, o valor do hectare estava em torno de US$ 90 mil e hoje já supera os US$ 210 mil, ou seja, tivemos uma apreciação de 10 a 15% ao ano”, conta o enólogo Pablo Gimenez Riili, fundador do projeto. O valor inicial inclui a propriedade da terra, as videiras, o sistema de irrigação, serviços de consultoria (feitos por Santiago Achaval, fundador da Bodega Achaval Ferrer), agricultura por dois anos e acesso à adega para vinificação.
No terceiro ano, o proprietário começa a pagar uma taxa anual de manutenção. “Se, por exemplo, o custo de manutenção do vinhedo for de US$ 3.000 por acre, o proprietário deverá pagar US$ 3.750”, conta Riili, explicando que há uma taxa de administração de 25% para a The Vines.
No entanto, ele continua: “Não existe praticamente possibilidade de não vender as uvas a um preço mínimo razoável, que permite normalmente cobrir os custos de manutenção. Além disso, o The Vines é um dos principais compradores para elaborar seu vinho próprio (Recuerdo), e temos um programa em que garantimos a compra por 10 anos do excesso de produção”. Eles ainda assessoram com todos os detalhes regulatórios da pós-produção do vinho como exportação/importação, alfândega, envio e aprovação do rótulo.
Um dos diferenciais do projeto está no luxuoso resort, com apenas 22 vilas, para as quais os proprietários recebem tarifas especiais, além de acesso exclusivo ao restaurante Siete Fuegos, do chef Francis Mallman. Em algumas das propriedades há a possibilidade de, além do vinhedo, construir uma casa.
Comuns no exterior, projetos de condomínios vitivinícolas começam a surgir também no Brasil.
Já o projeto O.Fournier Wine Partners, apesar de ter modelo similar, foi criado em torno do vinho e é mais exclusivo. São apenas 84 parcelas de vinhedos disponíveis para a comercialização para proprietários que compartilham do sonho de criar seus rótulos.
Hoje, o valor para adquirir um hectare de terra é de cerca de US$ 150 mil. Ela é cultivada segundo a orientação da equipe da vinícola e, até que comece a produzir realmente (cerca de dois anos até as plantas atingirem um mínimo de maturidade), não se cobram custos de manutenção, estimados em US$ 5 mil ao ano.
“Mas compensados com a venda da uva para a vinícola”, garante José Manuel Ortega Fournier, que completa: “O investimento inicial inclui também sistemas de proteção anti-geadas e de granizo, e os custos de manutenção até a primeira colheita. Dessa forma, o investidor faz o primeiro desembolso e, em circunstâncias normais, não deverá fazer nenhum outro adicional”.
“Do preço que paguei e ao preço que está vendendo hoje, já teve uma valorização e futuramente vai ser um lugar ainda mais valorizado”, acredita Adriano Fernandes Alves, especialmente depois que a construção do hotel cinco estrelas previsto no projeto esteja finalizado.
Ele abrigará os investidores no futuro (que terão 50% de desconto nas estadias), mas hoje eles já podem acessar a “Casa dos Sócios” da vinícola gratuitamente, assim como desfrutar de uma série de atividades, incluindo cursos de culinária e enologia para ajudar a elaborar os blends. Para os oito investidores que adquirirem propriedades de 3 hectares, ainda há a possibilidade de construir uma moradia ao lado de uma das mais belas e modernas vinícolas do mundo.
Nos dois projetos argentinos, a produção total por hectare vai depender do tipo de cultivo de acordo com a qualidade da uva que se pretender produzir. Para se ter uma ideia, o Wine Partners estima em até 10 toneladas por hectare quando se trata de um vinho da qualidade do Urban (o mais básico da linha O.Fournier), o que daria origem a aproximadamente 6 mil garrafas; e cerca de 3 toneladas de Alfa Crux (seu premium).
Da Argentina para o Brasil, o projeto Terroir Vinhedos Exclusivos pretende seguir um modelo parecido. Ele vai oferecer 58 lotes de 1.000 metros quadrados para a construção de casas de alto padrão e caves privadas por valor aproximado de R$ 400 mil. Diferentemente dos empreendimentos argentinos, este vai elaborar somente espumantes em 4 hectares de vinhedos que estão sendo implantados no condomínio e serão gerenciados pela vinícola Geisse, de Pinto Bandeira. Haverá uma taxa de manutenção aproximada de R$ 40 mil ao ano, que inclui a taxa de condomínio e direito a 600 garrafas de espumante feitas com as uvas produzidas no local.
“O condômino participa e personaliza a fabricação do espumante. O processo inicia com a colheita das uvas no condomínio, vai para a Cave Geisse e depois volta ao condomínio para ser armazenado nas caves”, conta Maurênio Stortti, da M. Stortti Consultoria, um dos parceiros do projeto que pretende receber R$ 30 milhões em investimentos. As caves privadas serão construídas pelo escritório de arquitetura Bórmida y Yanzón, o mesmo que desenvolveu as edificações dos projetos The Vines e O.Fournier.
O empreendimento, localizado no Vale dos Vinhedos, também contará com um hotel boutique com 26 unidades que ficarão à disposição dos condôminos. No vinhedo, serão plantadas apenas Chardonnay e Pinot Noir com rendimento de cerca de 10 mil quilos por hectare. A participação na hora de fazer o vinho se dará nos momentos finais com a dosagem do licor de expedição (o que dá as características únicas de cada espumante) e o tempo de envelhecimento antes do dégorgement. “É isso que define a personalidade de um espumante”, diz Carlos Abarzúa, enólogo da Geisse.
Ainda no Brasil, há outra opção para quem está interessado em enveredar pelo mundo do vinho e criar um rótulo próprio. Também lançado recentemente, o Condomínio Vitivinícola Spa do Vinho oferece um outro tipo de porta de entrada: adquirir um apartamento no luxuoso hotel em meio ao Vale dos Vinhedos e consequentemente parte das áreas comuns do hotel, assim como de uma fração do vinhedo denominado Lote 41, e participar do pool que elabora o vinho local.
“Na verdade, o Spa do Vinho foi um condomínio desde o primeiro momento, porque as unidades são individualizadas e escrituradas. A decisão de transformar num condomínio vitivinícola é de algum meses atrás”, admite Aldemir Dadalt, sócio-diretor do Spa. Dos 128 apartamentos, apenas 40 estão reservados para esse projeto. Os primeiros 10 estão sendo comercializados a R$ 350 mil, sendo que cinco já foram vendidos.
Desde 2005, o hotel produz o vinho premium VE em suas propriedades com assessoria da vinícola Miolo, situada na propriedade em frente. “Ao adquirir o apartamento, o investidor tem direito a quatro semanas de cortesia no hotel, para usar como bem entender e, se quiser usar mais, paga uma diária simbólica. Ao longo do ano, ele participa de ‘távolas’. Os proprietários se tornam automaticamente membros da confraria Spa do Vinho para discutir o cultivo, aprender mais sobre as técnicas etc. É uma confraria para quem tem interesse técnico, quer participar das etapas de elaboração como pequeno vitivinicultor. No fim do ano, pode desenvolver o próprio rótulo com a quantidade mínima de 10 caixas e comercializar separadamente se quiser”, explica Deborah Villas-Bôas Dadalt, sócia-diretora.
“Cada um dos proprietários vai decidir até que ponto quer participar do processo de produção do vinho. A uva pertence ao condomínio e vinificamos com a Miolo. Esse vinho vai ficar em barricas e, em algum momento, vamos fazer o corte, o vinho dos proprietários. Os vinhos não vão ser diferentes para cada um dos investidores. Vamos fazer um vinho de consenso. O que muda é o rótulo individual”, esclarece Aldemir Dadalt.
Uma das principais razões (ou seria emoções?) de alguém que investe nos condomínios vitivinícolas certamente é a possibilidade de criar algo único. “Meu avô plantava uva perto de São João del-Rey. Meu pai também. Mas isso não estava vivo na minha memória. Só recentemente surgiu”, diz Emerson de Almeida, que, aos 73 anos, está prestes a apresentar ao mercado um vinho super premium feito em parceria com o amigo Luiz Eduardo Henriques.
O rótulo “Gracias a la vida” (nome inspirado na canção eternizada por Mercedes Sosa) será lançado no dia 26 de agosto em evento em Belo Horizonte. São apenas 300 garrafas da safra 2011 e 900 da 2012. “Para matar de inveja os amigos”, ri o empresário.
Almeida, que atuou como jornalista nos anos 1960, conta que sua paixão pelo vinho surgiu quando foi viajar à Borgonha e seu colega, Guilherme Velloso, então na revista Exame, perguntou se ele não gostaria de escrever um artigo a respeito da viagem. Já como diretor da Fundação Cabral, ele viajava pelo mundo e aproveitava para conhecer regiões vitivinícolas, ampliando seu conhecimento.
“Queria encontrar uma coisa prazerosa para fazer para preencher um vazio na minha vida. Sempre fui muito ativo”, disse, quando deixou a direção da Fundação. Desde o início, sua ideia era produzir um vinho “gran reserva”.
Adriano Fernandes Alves também admite seu prazer em ir até o Vale do Uco participar do blend de seu vinho. “É um lugar maravilhoso. Costumo ir com a família. É mais um motivo para viajar”, conta.
Dono de uma rede de padarias em Campinas, ele revela que pensa em produzir uma quantidade pequena de um rótulo mais exclusivo, porém, sua ideia é trazer ao Brasil um vinho mais acessível e fácil de vender em suas lojas. “Se eu fizer só premium, aí vai ter que dar para os amigos e não vai vender nada. Quero trazer um vinho mais básico mais fácil de vender.
Depois podemos ir mesclando e implementando aos poucos”, revela sua estratégia para ter lucro, mesmo sabendo que “o vinho tem uma das margens de lucro mais baixas entre os produtos que vendo”.
Seria então possível ter lucro nesse tipo de investimento? “Com certeza, mas não é uma coisa de curto prazo. Tem que ter persistência”, afirma o empresário carioca que investiu no O.Fournier Wine Partners. Segundo ele, a chance de lucro vai depender da capacidade de vender o vinho que produz. “Se você está entrando no negócio visando retorno, entre sabendo vender vinho”, aconselha.
Já Emerson de Almeida retoma a questão do prazer. “Para quem for entrar nisso exclusivamente como negócio, tem que fazer muita conta, tem que fazer um projeto econômico-financeiro. Boa parte das pessoas que estão querendo investir nisso tem um lado também de prazer que compensa essa questão financeira.
Compensa totalmente? Para alguns, não. Se não houver paixão nessa conta, dificilmente vai conseguir realizar esse negócio”, diz o empresário que pensa em investir em empreendimentos similares no futuro, “quem sabe na Borgonha”.
No entanto, ele vislumbra lucrar o suficiente com a venda de seus vinhos “para pagar os custos e as minhas despesas de ir para lá algumas vezes por ano”. Almeida revela ainda que usa apenas 1.000 quilos de uva para seu vinho e o resto da produção é comprada pelo condomínio. “Se eu resolver não produzir vinho e apenas vender a minha uva, a receita proveniente dessa venda é suficiente para pagar a manutenção do vinhedo. Mas, meu ganho real virá da venda do vinho, lembrando que a vinificação também tem um custo”, diz.
“Se você só vender uvas, o retorno é menor e, como investimento, não valeria a pena, porque o preço do hectare fica muito caro. Se quiser ser viticultor, melhor comprar a terra nua e plantar por si mesmo, pois aí não vai ter os custos desse modelo”, acredita o empresário carioca.
Almeida, lembra, porém, que seu vinhedo já tem cinco anos e está em plena produção. “Só agora estou atingindo a produção máxima. A produção dos primeiros anos não é suficiente para pagar a manutenção. Quando o vinhedo atinge a idade adulta, aí começa a empatar”, pondera.
Valorização imobiliária também é uma forma de ter lucro o futuro
Mas, em se tratando de possibilidade de lucros, não se pode esquecer da valorização imobiliária. “Em 2009, minha negociação foi muito boa, estávamos no meio da crise internacional. O que paguei pelo vinhedo mais do que dobrou de valor em dólar. Foi o melhor investimento imobiliário que já fiz”, admite Almeida. Apesar de não pensar em vender seu lote tão cedo, Adriano Fernandes Alves sabe que “se resolver vender, vou tirar alguma coisa disso”.
O mesmo raciocínio vale para o empreendimento do Spa do Vinho, por exemplo, que já tem uma grande valorização prevista para a segunda fase das vendas, que, de R$ 350 mil, passarão para R$ 450 mil. No entanto, dentro do seu modelo, ainda há a possibilidade de rendimento através do pool de locação no qual os proprietários podem inscrever seu apartamento.
“Há uma pequena taxa de condomínio mensal, mas, na maioria dos meses, o proprietário não paga, pois também passa a fazer parte do pool de locação. As semanas que você não está usando, se elas ficarem à disposição do condomínio e a administração alugar, você passa a ter uma parte dos rendimentos do hotel. Geralmente, o rendimento é muito superior ao valor do condomínio”, conta Deborah Villas-Bôas Dadalt.
O engenheiro Paulo Lacombe, que é investidor antigo do Spa do Vinho, antes mesmo de ele se tornar um condomínio vitivinícola oficialmente, concorda: “Temos a possibilidade de ter o equivalente a uma casa no campo, só que melhor, porque não tem os custos, e ainda poder contar com toda a infraestrutura do hotel”, e conclui: “Todo empreendimento tem sua fase de maturação até atingir a estabilidade financeira. Já atingimos essa fase. Agora, em termos de dividendos pessoais, o lado do prazer, estamos no lucro faz tempo”.
Por fim, ter um vinhedo e produzir o próprio vinho, nesses moldes, parece um sonho viável.
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