Vinho contra a depressão

Resveratrol poderia ajudar a controlar a ansiedade e depressão?

Redação Publicado em 22/09/2020, às 10h32 - Atualizado às 10h42

 

Um estudo sugere que o resveratrol, polifenol encontrado no vinho tinto, pode ajudar seu cérebro a evitar depressão e ansiedade. Pesquisadores da Universidade de Buffalo e da Universidade de Medicina de Xuzhou, na China, encontraram evidências de que pode haver uma razão científica que liga o vinho ao estado de relaxamento. O estudo sugere que o resveratrol pode diminuir o estresse inibindo a expressão de uma enzima cerebral. 

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Os autores da pesquisa, publicada na revista Neuroscience, afirmam que o tratamento mais comumente prescrito para depressão e ansiedade é uma classe de medicamentos ditos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), que aumentam os níveis do neurotransmissor serotonina no cérebro, bloqueando sua reabsorção. Uma nova classe de medicamentos, inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs), também bloqueia a reabsorção de um segundo neurotransmissor, a noradrenalina. 

Ying Xu, coautor do estudo, juntamente com Xiaoxing Yin, acredita que o tratamento poderia ser melhor e que o resveratrol poderia ser uma resposta: O resveratrol pode ser uma alternativa eficaz aos medicamentos para o tratamento de pacientes que sofrem de depressão e transtornos de ansiedade”.  

O estudo descobriu uma relação entre o resveratrol e o hormônio relacionado ao estresse, a corticosterona em camundongos (cortisol em humanos). Normalmente, o cortisol ajuda nosso corpo a regular o estresse. Quando o nível de estresse aumenta, nosso corpo libera cortisol para nos ajudar a administrá-lo. Porém, quando experimentamos um alto nível de estresse por um período prolongado, o fluxo alto e constante de cortisol pode levar à depressão e à ansiedade. 

Os pesquisadores descobriram que camundongos com quantidades excessivas de corticosterona circulando no cérebro também produzem a enzima fosfodiesterase 4, ou PDE4, que parecia causar comportamento depressivo e ansioso. Eles também encontraram evidências de que um nível elevado de PDE4 suprimia uma molécula mensageira importante chamada adenosina monofosfato cíclica (cAMP), que regula a comunicação intracelular no cérebro e, quando suprimida, pode levar a alterações neurológicas indesejadas. No entanto, uma dose de resveratrol parecia inibir a expressão do PDE4, reduzindo assim seus efeitos depressivos no cérebro dos ratos e ativando as vias de sinal do cAMP que ajudam a manter a função cerebral saudável. 

Os pesquisadores usaram uma dose de resveratrol muito maior do que uma pessoa poderia ingerir somente bebendo vinho, mas os resultados do estudo podem levar a novos tratamentos. 

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