O Palace Hotel Bussaco nos leva à época da monarquia portuguesa com riqueza em detalhes e estilos
por Redação
A imponente estrutura do Palace Hotel Bussaco |
Em uma região localizada entre a capital Lisboa e o Porto, no interior da Mata Nacional do Bussaco, está aberta ao público aquela que é considerada a mais importante construção neomanuelina de Portugal, o Palace Hotel Bussaco. Instalado desde 1917 em um palácio erguido em 1885 para os últimos reis portugueses, o hotel esbanja uma arquitetura rica em beleza, detalhes e história.
O Palace Hotel Bussaco é constituído por três áreas principais: Palácio; Casa dos Brasões e Casa dos Arcos; e Casa das Pedrinhas. São três edifícios e o material predominante em todos eles é a pedra de Ança, escolhida por ser maleável e originária de uma localidade próxima, cerca de 20 quilômetros. O conjunto inteiro é resultado do trabalho dos arquitetos italianos Luigi Manini e Nicola Bigaglia e dos portugueses Manuel Norte Júnior e José Alexandre Soares.
A imensidão de detalhes mostra-se perceptível ao visitante logo na entrada |
As paredes do Salão Nobre retratam cenas bucólicas medievais |
No total, há 65 quartos com decorações distintas. Aliás, no Bussaco é difícil estabelecer um fator único para definir seu estilo. Estão presentes traços de Art Nouveau, Art Déco, neo-renascença e, claro, do estilo neomanuelino, que se caracteriza principalmente pelo engrandecimento dos feitos e descobertas marítimas dos portugueses. Os exemplos mais claros de sua presença no Palácio são os diversos painéis de azulejos que retratam, por exemplo, partes da obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Os painéis podem ser encontrados tanto na parte externa, dentro das galerias do hotel, como interna, na entrada e nas belas escadarias principais, iluminadas por uma grandiosa janela inteira trabalhada – outra característica do neomanuelino.
Além dos azulejos, os afrescos também se mostram como uma grande marca da construção. Eles são de autoria de diversos artistas como Carlos Reis, Ernesto Condeixa, Jorge Colaço, António Ramalho e João Vaz. Deste último, sua obra está na imponente sala ilustrando também passagens dos versos de Camões. Considerada uma das mais belas de Portugal, a sala já foi o espaço de realização de banquetes reais e hoje é um restaurante que serve especialidades regionais e internacionais. Nela, destaca-se a passagem com arcos trabalhados que dá acesso aos jardins do Palácio.
O estilo predominante no Palácio é o neomanuelino |
Passando por duas portas com frontões neo-renascentistas, o visitante pode deixar a sala de jantar e ir ao Salão Nobre. Lá, coberto por um teto feito com madeira de cedro do Bussaco, está pintado um cenário que ilustra cenas bucólicas medievais. Chama atenção também uma monumental lareira desenhada por Manini. Sob ela, está uma escultura do artista Costa Mota.
Todos esses detalhes, porém, são apenas cortes selecionados que compõem somente uma ínfima parte de uma arquitetura tão complexa que faz com que a sua descrição em poucas palavras se torne impossível.
Relação com o vinho
A criação dos vinhos Bussaco aconteceu graças à iniciativa de Alexandre de Almeida, pioneiro da indústria hoteleira e do turismo de Portugal. Ele foi o responsável pela instalação de uma adega na cave do Palace Hotel do Bussaco. Lá, entre 1915 e 1922, utilizando inicialmente as vinhas da Serra do Bussaco, foram realizadas diversas vinificações de vinhos brancos, tintos, rosés e espumantes.
Hoje, esse processo não acontece no Palace Hotel do Bussaco, mas em outro do grupo, o Palace Hotel de Cúria, que fica a apenas 17 quilômetros. O que há no Bussaco é uma majestosa garrafeira, considerada a maior particular de Portugal por suas 200 mil garrafas. As mais antigas delas são um tinto de 1945 e um branco de 1844. Devido à espessura grossa das paredes, a temperatura ideal para conservação dos vinhos é facilmente mantida.
O imponente Palace Hotel Bussaco pode satisfazer diversos desejos, seja conferir seus vinhos, fazer uma refeição em um dos mais refinados restaurantes portugueses, apreciar obras de arte ou, simplesmente, o de sentir-se um membro da família real portuguesa.
No restaurante já foram realizados banquetes reais |
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