Governo brasileiro reconhece e regulamenta a profissão dos que se dedicam ao serviço dos vinhos no país
por Sílvia Mascella Rosa
O Senado brasileiro aprovou, no começo do mês de julho, através da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) o projeto de regulamentação da profissão de Sommelier, que só passou a precisar da sanção da presidente Dilma Rousseff para virar lei. Segundo a redação final aprovada, esse profissional é aquele que “executa o serviço especializado de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados e enotecas, e em comissaria de companhias aéreas e marítimas”.
Durante a reunião da CAS, a senadora Marta Suplicy afirmou: “Num mundo globalizado, em que a qualidade e a excelência de bens e serviços vêm se sofisticando cada vez mais, o sommelier deve ter habilitação especializada. Ele é o profissional que deve conhecer os vinhos, bem como os assuntos a ele relacionados, pois é o encarregado pela compra, pelo armazenamento, rotação de adegas e elaboração das cartas de vinhos em restaurantes. Os brasileiros, hoje, estão se transformando em bons consumidores de vinho. Assim, o crescimento e a valorização da profissão no mercado de consumo brasileiro apontam para que esse especialista seja visto com bons olhos pelas empresas do segmento alimentício, como restaurantes, hotéis, exportadoras e adegas”.
A profissão do sommelier evoluiu através da história, iniciando-se com os serviçais dos palácios gregos e romanos, passando pelos provadores oficiais dos monarcas, pelos taverneiros e pelos responsáveis por alimentos e bebidas dos guerreiros nas viagens. E, como tantas outras profissões ligadas à enogastronomia, evoluiu muito na Europa e nos Estados Unidos, mas, no Brasil, ainda carecia da atenção que deve obter ao se tornar oficialmente uma profissão.
“Acredito que a regulamentação vai dar maior reconhecimento e atenção para o profissional que se dedica a um trabalho que é especializado culturalmente e que pode ser fisicamente muito exigente”, afirma Juliana Reis, que atuou como sommelier no Brasil e no exterior, e hoje é gestora da área de bebidas do Senac de São Paulo, escola que oferece o curso de formação de sommelier mais antigo na cidade (desde 1986).
O projeto de regulamentação prevê que o profissional tenha um mínimo de três anos de prática comprovada até este momento, ou a formação em cursos específicos em instituições oficiais. Para o deputado Eduardo Cunha, autor do projeto de lei, a criação da profissão se justifica por ser uma das iniciativas destinadas a melhorar a imagem de nossas indústrias vinícola e turística, reconhecendo o sommelier como um mediador entre elas.
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