Safra 2022 dos vinhos da Borgonha deve ter uma (bem vinda!) estabilidade de preços
Silvia Mascella Publicado em 09/02/2024, às 08h00
Os últimos anos foram difícies para quem aprecia e comercializa vinhos da Borgonha. Os preços subiram muito, a produção foi baixa (por questões ambientais), a demanda foi alta e houve até especulação.
O novo relatório da Liv-ex (London International Vintner's Exchange), plataforma que congrega serviços e informações para o trade, informa que a safra 2022 dará, finalmente, algum respiro para o mercado: "Depois de 15 meses de retração, a safra 2022 que teve excelente qualidade e boa produtividade, foi recebida por produtores, comerciantes e colecionadores com alegria e alívio. Mas a questão dos valores ainda está sem resposta definitiva", afirma Justin Gibbs, co-fundador da Liv-ex.
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O que Justin Gibbs quer dizer é que os preços para o mercado secundário estão sob pressão, devido aos aumentos considerados quase abusivos nos últimos anos. A safra de 2021, com baixíssima produção, fez com que os produtores subissem demais os preços. Em 2022 a normalidade começou a retornar e como a safra de 2023 também foi abundante, favorecendo a existência de algum estoque regulador para a vinícolas, é provável que haja uma estabilidade e até um recuo nos preços dos vinhos da região.
O relatório informa que poucos produtores (apenas 10%) baixaram os preços nos últimos anos, sendo que 40% deles aumentaram discretamente os valores, dificultando as vendas em variados mercados. Os comerciantes estão esperançosos de que a safra 2022 seja mais fácil de vender, mesmo que num ritmo mais lento.
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Felizmente para os produtores da região, a qualidade dos vinhos foi muito bem recebida pelos críticos, o que favorece a movimentação dos volumes mesmo em meio aos altos preços e num mercado que está muito desafiador para todos os vinhos, mas onde as regiões mais bem reputadas e os grandes rótulos ainda encontram espaço.
Segundo a Liv-ex, a precificação não leva em conta apenas o volume disponível e a qualidade, e para isso os comerciantes deverão estar muito atentos pois o mercado está desafiador: "A diferença entre o preço pedido pelos vinhos e o quanto o consumidor está disposto a pagar está diminuindo. Levando em consideração que não haverá escassez nesta ano ou no próximo, os preços talvez tenham que baixar um pouco para atrair os compradores", afirma o relatório. Para ler o relatório completo, acesse a página: