Vinhos e bolos podem criar bons momentos quando combinados
Pedro Landim Publicado em 30/11/2021, às 09h30
Os recheios, caldas e coberturas do bolo geralmente são os elementos mais importantes na hora da harmonização
Eles são festivos e alegres, mas às vezes pedem apenas uma tarde à toa ao lado de alguém que a gente gosta, para jogar conversa fora e relaxar. Quem sabe um piquenique, quando voltarmos à boa convivência ao ar livre?
Vinhos e bolos podem criar bons momentos quando combinados, em experiências que sempre valem a pena quando a alma não é pequena - e há doses de carinho na hora de harmonizar.
Nessa harmonização, o Vinho do Porto é um clássico
Sempre ele, o chocolate, e sua aptidão às vezes oculta para o vinho. Queremos massa, recheio e cobertura de chocolate, e quanto maior for o teor de cacau, melhor será a brincadeira.
Entre os fortificados, o Vinho do Porto é um clássico, com suas frutas escuras, notas achocolatadas e de especiarias. Precisamos de corpo e complexidade além da fruta para os vinhos secos, e vale a experiência com blends a partir de Cabernet Sauvignon e Syrah, com passagem por madeira.
Exuberante e denso para os padrões de um 10 anos, esbanjas frutas secas e em compota, bem sustentadas por taninos de grãos finos, acidez refrescante e final suculento.
Este Cabernet Sauvignon de Cauquenes passa 24 meses em barricas novas de carvalho francês. Um vinho grande e um grande vinho, alia potência e estrutura de fruta, final persistente e untuoso, com toques de ameixas e de cassis.
Um Riesling Auslese também pode fazer um excelente trabalho
Os bons vinhos brancos de colheita tardia terão acidez, teor alcoólico e refrescância para enfrentar a gordura da torta, e dulçor para emparelhar com as caldas e geleias de frutas. Imagine a delícia com um Sauternes.
Um Riesling Auslese também pode fazer um excelente trabalho, e quando há frutas vermelhas em jogo vale a experiência com um rosé seco e frutado, com boa acidez.
Este blend de 91% Sémillon, 6% Sauvignon Blanc e 3% Muscadelle passa 6 meses em barricas de carvalho francês e traz final cheio e persistente, com toques florais, de pêssegos, de especiarias doces e de mel, que convidam a mais um gole.
Fluido e de corpo médio, tem acidez vibrante, textura firme e cremoso e final tenso e agradável, com toques salinos, de morangos e de limão siciliano.
Quando o dulçor se acentua no prato vale apostar num espumante moscatel
Sim, no momento eles estão suspensos, mas tudo indica que os casamentos voltarão em breve ainda mais animados. Difícil não pensar em vinhos espumantes, quase obrigatórios para os festejos, e o champagne é a glória.
Imaginamos o clássico bolo branco, com baunilha no recheio e açúcar glaceado, e quando o dulçor se acentua no prato vale apostar num espumante moscatel, com boas pedidas na produção nacional.
Um dos Champagnes mais consumidos no mundo, tem cor amarela pálida, limpa e brilhante e apresenta linda perlage, fina, elegante e contínua. Seu aroma lembra frutas cítricas com nuances de baunilha. Na boca, é cremoso e fresco, com final longo e elegante. “Indispensável na vitória e necessária na derrota”, já dizia Napoleão.
Elaborado pelo método Asti a partir de 80% Moscato Bianco e 20% Moscato Gialo, apresenta final cativante, com toques salinos e de limão siciliano, pedindo mais um gole.
A semelhança cromática de um Pinot Noir com o Red Velvet já é uma pista de que esse casamento funciona
O clássico de origem norte-americana aparece cada vez mais em nossas mesas doceiras, com seus tons de vermelho que seduzem na vitrine.
A semelhança cromática de um Pinot Noir é uma pista do que os aromas de cereja e frutas vermelhas do vinho podem fazer pela sobremesa, realçando as notas semelhantes e nuances de chocolate do bolo. Um casamento promissor.
Este 100% Pinot Noir apresenta boa tipicidade, com frutas vermelhas frescas, floral, especiarias e ervas. Tem acidez afiada, taninos macios e persistência média, com toques de cerejas, romãs e de hibisco.
Aqui os brancos são as melhores opções
O Prosecco é sempre uma opção, com a refrescância das bolhas e notas cítricas para revigorar a boca e chamar a próxima colherada no doce.
Um espumante Moscatel, ou demi-sec também cumprirá sua missão, e se houver disponível um Moscato d'Asti os sabores vão crescer entre os cítricos, o floral e as frutas brancas do vinho. Um Riesling de colheita tardia e boa acidez é mais uma vez pedida interessante.
Este Prosecco chama atenção pela qualidade de fruta branca madura, acompanhadas de notas florais, ervas, frutos secos e fermento. Refrescante, vibrante e gostoso de beber, tem textura firme e cremosa, acidez elétrica e final persistente.
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