Presidente da ViniPortugal se mostra preocupado com medidas radicais em prol do tema
Paula Daidone Publicado em 29/03/2023, às 07h18
A grande pressão mundial pela redução de álcool tem causado impacto na indústria do vinho e, consequentemente, opositores à causa. Como Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, que, em entrevista ao jornal português Dinheiro Vivo, se mostrou crítico a algumas ações adotadas. “Devemos nos atentar aos ataques de fundamentalistas, desprovidos de qualquer base científica”, desabafou Falcão.
O recém-reeleito presidente do órgão de promoção do vinho português cita o caso da Irlanda como preocupante. A partir de 2026, os vinhos comercializados em território irlandês terão que conter no rótulo alertas, em letras vermelhas, que o consumo de álcool provoca doença no fígado e que pode causar câncer, assim como os cigarros. “Não se pode atacar o consumo excessivo atacando todo e qualquer tipo de álcool. O caminho não pode ser esse", explica Federico.
O presidente da ViniPortugal reforçar que, desde 2008, o setor já atua em prol da causa. O Wine in Moderation é um programa de responsabilidade social que desenvolve ações de informação e educação sobre o consumo responsável de vinho em 15 países ao redor do mundo.
A discussão ganhou proporções governamentais. O Ministério da Agricultura português recorreu ao Parlamento Europeu solicitando interferencia na decisão do governo irlandes de enquadrar o vinho como produto nocivo à saúde.
Essa não é a primeira medida irlandesa para combater o consumo de álcool. Em janeiro, o governo da Irlanda definiu um preço mínimo de 10 centavos de euro por grama de álcool em bebidas vendidas em lojas. Com isso, uma garrafa de vinho de 12,5% de álcool não pode ser vendida por menos de € 7,40.