Caso de falsificação dos Romanée-Conti se aproxima de um desfecho

Após três anos do início do processo, promotoria francesa pede prisão e pagamento de multa aos acusados

Por Maria Bolognese Publicado em 07/02/2017, às 08h42 - Atualizado em 12/04/2019, às 11h33

Em uma audiência em Dijon, na Borgonha, na última semana, a promotora Marie-Christine Tarrare acusou um réu russo de ser um membro-chave de uma organização criminosa que vendeu 400 garrafas de falsos vinhos Domaine de la Romanée-Conti – DRC em toda a Europa entre 2012 e 2014. 
 
A promotora francesa solicitou que o réu fosse condenado a três anos de prisão, com uma garantia de pelo menos dois anos atrás das grades, e ainda que o réu fosse multado em 100 mil euros. Ela também pediu que dois outros supostos membros do grupo, ambos da Itália, fossem condenados a um ano de prisão, e pagassem uma multa de 50 mil euros cada.
 

Villaine: "Estamos mais preocupado com as fraudes na Europa do que com as da China, pela sofisticação" 

Os três são acusados da venda de cerca de 400 garrafas de vinho com falsos rótulos de Romanée-Conti, bem como várias garrafas de vinhos de Grand Cru Domaine Leroy Musigny.
 
O advogado de defesa do acusado russo negou o envolvimento de seu cliente no crime, e pleiteou absolvição completa.
 
A fraude é um tema recorrente no mundo do vinho, e a DRC têm sido um alvo especialmente frequente em função da qualidade, raridade e, consequente, alto valor comercial de suas garrafas.
 
O coproprietário da vinícola, Aubert de Villaine, aproveitou a oportunidade e manifestou sua preocupação com o crescimento de fraudes na Europa, pedindo mais atenção das autoridades. "São as falsificações que estão sendo feitas na Europa que são mais preocupantes do que as da China, simplesmente porque são extremamente sofisticadas e muitas vezes mais difíceis de detectar", disse ele em um evento na Cité du Vin, em Bordeaux.
 
 
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