Conselho do Governo já aprovou o anteprojeto de lei que facilita processos na maior região produtora da Espanha
Silvia Mascella Rosa Publicado em 06/04/2022, às 13h30
A região de Castilla-La Mancha é a que possui, não apenas na Espanha, mas no mundo inteiro, a maior superfície plantada de vinhedos e, apenas no ano passado (um ano de baixa produtividade), fez 22,8 milhões de hectolitros de vinho e mosto. "Não apenas somos uma potência, como somos uma potência ainda em crescimento forte nos últimos anos", disse Francisco Martínez Arroyo, conselheiro de Agricultura, Água e Desenvolvimento Rural da Espanha, em uma coletiva de imprensa onde anunciou a aprovação do anteprojeto da "Lei da Uva e do Vinho" da região de Castilla-La Mancha.
A região já tinha leis que protegiam a auxiliavam o setor vitivinícola, mas em 2013 elas foram derrubadas pelo governo federal e não foram substituídas, até agora. O conselheiro Arroyo acredita que a lei será aprovada até o meio do ano e explicou que essa nova versão é muito moderna e permitirá facilitar e flexibilizar processos e autorizações, como por exemplo a aprovação de cultivo de novas variedades de uvas, permitindo que o setor se adapte ao que demandam os consumidores do mundo.
Entre as várias novidades que a lei trará estão a possibilidade de incorporar mais informações nos rótulos dos vinhos que tem indicação geográfica ou denominação de origem (como nomes de municípios, por exemplo) e a necessidade de que passe a existir um órgão de gestão (que deverá ser reconhecido pelo conselho) obrigatório para cuidar do controle de qualidade dos produtos da região. O texto da lei permite que o setor se autorregule, mas para isso o órgão interprofissional precisará cuidar e garantir que exista como rastrear toda a cadeia vitivinícola da região, até mesmo com a utilização de QR code para que o consumidor possa se relacionar diretamente com o produtor: "Essa é uma das inovações que vai nos permitir revolucionar o setor do vinho e para isso já estamos digitalizando todas as informações das vinícolas", disse Arroyo.
Entre tantas novidades da lei para o setor, uma delas, por fim, vai chamar a atenção dos consumidores, a nova denominação 'Vinos de Finca". Isso se trata, segundo explicou Arroyo, de locais dentro de uma Denominação de Origem que, estando perto de uma vinícola, poderão utilizar as uvas, fazer o vinho e, sem abandonar as regras da DO, incorporar o local determinado onde são feitos. "Muitas vinícolas querem diferenciar seu produto por ser feito num determinado local, atitude, município específico e isso será possível com o conceito do ‘Vino de Finca'", explicou o conselheiro.