O processo de dupla poda ajuda na produção de vinho do Sudeste brasileiro
Redação Publicado em 04/06/2019, às 13h30
A dupla poda altera o ciclo natural da planta, desviando o período de maturação da uva para o inverno. A técnica consiste no primeiro corte dos galhos da videira em setembro para formação de ramos e o segundo, em janeiro ou fevereiro, para produção. Esse é o segredo que permite o surgimento de vinhos finos de qualidade no Sudeste e Centro-Oeste do país, tanto em Minas Gerais, como em Goiás e São Paulo. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, é feita uma poda só, de produção, em agosto ou setembro. A dormência dos vinhedos no Centro do país acontece no verão. Eles despertam via de regra depois do carnaval por meio do uso do fitormônio Dormex (cianamida hidrogenada), um estimulante cujo objetivo é uniformizar a brotação das gemas, aplicado logo após a poda (tanto de formação quanto de produção).
Assim, as fases de crescimento, maturação e colheita, que normalmente ocorreriam no período das chuvas, na primavera e no verão (de agosto a março), passam a acontecer no período de seca, no outono e no inverno (de abril a julho e às vezes até agosto). “Com o ciclo invertido, conseguimos as condições ideais de clima para a produção de uvas maduras e sadias, com dias ensolarados e secos, seguidos de noites frias”, explica Murillo de Albuquerque Regina.
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