Conheça a elite dos vinhedos de Bordeaux e os châteaux de Pauillac

Desbrave os segredos dos châteaux de Pauillac, em Bordeaux

Arnaldo Grizzo Publicado em 09/08/2024, às 10h00

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Entre as oito denominações de Médoc, localizado em Bordeaux, na França, a de Pauillac se destaca como um dos principais territórios vitivinícolas do mundo. Com mais de 16.000 hectares, essa região representa 15% dos vinhedos de Bordeaux e seus châteaux são reconhecidos mundialmente, com 18 deles listados na prestigiada Classificação de 1855.

Esses châteaux representam a excelência na viticultura de Bordeaux, destacando-se pela produção de vinhos que estabelecem padrões de qualidade. Conheça brevemente a descrição de cada deles e saiba como fazem parte da rica história e tradição de Pauillac.

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Château Batailley – Cinquième Cru

 

A origem do nome "Batailley" é anterior a isso e está ligada à Batalha de Bataille, travada nas proximidades durante a Guerra dos Cem Anos. Foi adquirida pela família Castéja em 1932 e desde então, o Château Batailley tem sido administrado por várias gerações da mesma família, que têm dedicado esforços consideráveis para elevar a qualidade e a reputação de seus vinhos. A propriedade possui cerca de 60 hectares de vinhas.

Château Clerc Milon – Cinquième Cru

Sua história remonta ao século XVIII, quando era originalmente propriedade da família Clerc. No entanto, foi apenas no século XIX, após uma série de mudanças de proprietários, que o Château Clerc Milon começou a ganhar destaque como produtor de vinhos. Em 1970, o Château Clerc Milon foi adquirido pela família Rothschild, proprietária também do Château Mouton Rothschild. Desde então, a propriedade passou por significativas melhorias, incluindo a modernização das instalações de vinificação e a expansão dos vinhedos.

Château Croizet-Bages – Cinquième Cru

O nome remonta ao século XVII, quando os irmãos Croizet, uma dinastia emblemática da pequena nobreza rural de Médoc, fundaram a propriedade. Em 1942 o Château foi adquirido por Paul Quié, renomado entusiasta do vinho e comerciante em Paris e desde então a família tem se dedicado a elevar a qualidade dos vinhos produzidos ali. Os vinhedos do Château Croizet-Bages cobrem cerca de 16 hectares.

Château d'Armailhac – Cinquième Cru

Um registo local de 1680 aponta a existência de dois irmãos, Dominique e Guilhem Armailhacq, proprietários de terrenos em Pauillac. Outro registo menciona em 1750 um certo Dominique Armailhac, que “plantou vinhas” na propriedade da família, aproveitando o “frenesi de plantação” que então varria o Médoc. No final do século XVIII, o vinhedo, geralmente chamado de Mouton d’Armailhacq, ocupava cerca de 52 hectares entre Brane-Mouton, no norte, e Pibran, no sul. Em 1933, foi adquirido pela família Rothschild, proprietária do Château Mouton Rothschild. Sob a gestão Rothschild, o Château d'Armailhac passou por melhorias significativas. Os vinhedos cobrem aproximadamente 70 hectares.

Château Duhart-Milon – Quatrième Cru

Sua história remonta ao século XVIII, quando era propriedade da família Sieullac, que também era dona do Château Lafite Rothschild na época. Em 1850, a propriedade foi adquirida pelo Barão Duhart, que adicionou seu nome ao château. Mais tarde, em 1962, o Château Duhart-Milon foi adquirido pela família Rothschild, proprietária do Château Lafite Rothschild. Os vinhedos cobrem aproximadamente 76 hectares.

Château Grand-Puy Ducasse – Cinquième Cru

Sua história remonta ao século XVII, quando foi fundado pelo Barão François Ducasse, que deu origem ao nome da propriedade. Em 1971, a propriedade foi adquirida pela família Borie, proprietária também do Château Ducru-Beaucaillou, Deuxième Grand Cru Classé de Saint-Julien. Os vinhedos cobrem aproximadamente 40 hectares.

Château Grand-Puy-Lacoste – Cinquième Cru

O nome Grand-Puy, já mencionado em documentos da Idade Média, vem do antigo termo “puy” que significa “outeiro, pequena altura”. Desde o século XVI, a propriedade permaneceu ligada a uma única família de geração em geração, em linha direta através do casamento até 1920, antes de se conectar com outra família em 1978 – os Borie. Os vinhedos cobrem cerca de 58 hectares.

Château Haut-Bages Libéral – Cinquième Cru 

O nome Haut-Bages refere-se à designação topográfica do ponto mais alto da localidade de "Bages", terrenos históricos de Pauillac. Foi a família Liberal quem, no início do século XVIII, juntou o seu nome ao da propriedade. O château passou de mão em mão até a chegada de Jacques Merlaut em 1982 e hoje faz parte das propriedades de Gonzague e Claire Lourton. Os vinhedos cobrem cerca de 30 hectares.

Château Haut-Batailley – Cinquième Cru 

O Château Haut-Batailley marca a entrada de Pauillac com a icónica Tour l'Aspic (torre Aspic) que domina a propriedade. O vinhedo foi definido em 1942, quando a propriedade foi dividida em duas propriedades distintas (Batailley e Haut-Batailley). Em 2017, a família Cazes dos Châteaux Lynch-Bages e Ormes de Pez assumiu a propriedade. Os vinhedos cobrem aproximadamente 22 hectares.

Château Lafite Rothschild – Premier Cru

Sua história remonta a séculos, com registros de atividade vinícola na propriedade que datam do século XIII. O nome "Lafite" é derivado do termo "la hite", que em Gascon significa "pequena colina". Em 1868, o Château foi adquirido pela família Rothschild, notáveis banqueiros europeus, e permanece em posse da família desde então. Os vinhedos cobrem cerca de 112 hectares.

Château Latour – Premier Cru


O nome "Latour" deriva do termo "la tour", que significa "a torre" em francês. Em 1718, foi adquirido por Alexandre de Ségur, conhecido como o "Príncipe das Vinhas", que também era proprietário de outros renomados châteaux em Bordeaux, incluindo o Château Lafite e o Château Mouton. Atualmente, o Château Latour é propriedade da empresa francesa Artemis, que é controlada pela família Pinault. François Pinault é um dos homens mais ricos do mundo, conhecido por seu império empresarial que inclui marcas de luxo, varejo, moda e artes. Os vinhedos cobrem cerca de 78 hectares.

Château Lynch-Bages – Cinquième Cru

Às portas de Pauillac, o Château Lynch-Bages deve parte do seu nome à aldeia de “Batges”, que foi o lar de gerações de viticultores desde o século XVI. A sua história vinícola começa no século XVIII, com a chegada da família Lynch. Na primeira metade do século XX, a família Cazes adquiriu a propriedade. Os vinhedos cobrem cerca de 100 hectares.

Château Lynch-Moussas – Cinquième Cru

A história do Château remonta a 1610, quando o Domaine de Moussas-Bages pertencia à família Jehan, comerciante de vinhos e proprietária de várias propriedades. Em 1728, o Domaine de Moussas-Bages foi comprado pela família Drouillard. Em 1748, Thomas Lynch herdou a propriedade de sua esposa, Elisabeth Drouillard, que ele rebatizou de Château Lynch. Jean-Baptiste Lynch, prefeito da cidade de Bordeaux em 1808, herdou a propriedade. Quando morreu em 1835, o Château Lynch foi dividido em dois: Châteaux Lynch-Moussas (localizado no lugar chamado Moussas) e Lynch-Bages (no lugar chamado Bages). Desde 1919, Lynch-Moussas pertence à família Castéja, proprietária de diversos Châteaux. São cerca de 60 hectares de vinhedos.

Château Mouton Rothschild – Premier Cru

Antigamente, a propriedade era conhecida como Château Brane-Mouton. O barão Nathaniel de Rothschild adquiriu em 1853 e mudou o nome para Château Mouton Rothschild. Em 1922, o barão Philippe de Rothschild assumiu o comando da propriedade e lançou uma série de iniciativas que transformaram não somente Mouton, mas os vinhos de Bordeaux. Mesmo sendo classificado como Deuxième Cru em 1855, ele conseguiu uma revisão na classificação e subiu ao primeiro posto. Os vinhedos cobrem cerca de 90 hectares.

Château Pédesclaux – Cinquième Cru

Sua história remonta ao século XIX, quando foi fundado pelo negociante de vinhos Pierre Urbain Pédesclaux. Durante décadas, a propriedade passou por mudanças de proprietários e em 2009 foi adquirida por Jacky Lorenzetti, um empresário francês com interesse no mundo do vinho. Os vinhedos cobrem cerca de 40 hectares.

Château Pichon Baron – Deuxième Cru

A propriedade foi fundada no final do século XVII. Em 1689, Pierre Desmezures de Rauzan, um influente comerciante de vinhos e administrador das prestigiadas propriedades Latour e Margaux, comprou lotes de vinhas perto da propriedade Latour para criar Enclos Rauzan. Estas vinhas faziam parte do dote da sua filha Thérèse quando esta se casou com o Barão Jacques Pichon de Longueville em 1694, ano em que foi fundada a propriedade Pichon Baron. Em 1850, a propriedade foi dividida em duas. Em 1987, a propriedade foi adquirida pela AXA Millésimes. Os vinhedos cobrem cerca de 73 hectares.

Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande – Deuxième Cru

O antigo Domaine de Pichon-Longueville foi dividido em duas propriedades distintas: Château Pichon Baron e Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande. A história do Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande está fortemente ligada à figura de La Marquise de Lalande, conhecida por seu papel na expansão e aprimoramento da propriedade durante o século XVIII. Desde 2007, a propriedade pertence à família Rouzaud, que também é proprietária da renomada casa de Champagne Louis Roederer. Os vinhedos cobrem cerca de 89 hectares.

Château Pontet-Canet – Cinquième Cru

Jean-François de Pontet figurava entre os aristocratas e magistrados de alto escalão que moldaram os vastos horizontes do Médoc. Depois de fazer carreira em Versalhes, foi nomeado Grão-Escudeiro da França no governo de Luís XV e, depois de se estabelecer na Guiana, tornou-se governador do Médoc. Em 1705, reuniu alguns hectares de terra ao norte da aldeia de Pauillac e com eles criou um vinhedo; e depois, em 1757, adquiriu uma propriedade numa pequena área conhecida como Canet. Assim, em 1781, nasceu o Château Pontet-Canet. A partir de 1975, está sob gestão da família Tesseron. Os vinhedos cobrem aproximadamente 81 hectares.

 

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