A uva Chenin Blanc, conhecida por seus exemplares franceses e da África do Sul, desponta com qualidade em vários países
Manuel Luz Publicado em 06/02/2025, às 08h20
Versátil, a Chenin Blanc (leia-se chenan), é base para vinhos brancos secos, brancos doces e também para espumantes, sobretudo no Vale do Loire, na França, onde é cultivada pelo menos desde o século 9 da nossa era.
No ano de 845, a uva foi citada por Charles le Chauve, num documento que relata seu plantio na Abadia Saint-Maur de Glanfeuil. O nome, especula-se, deriva do Mont Chenin. Hoje é fundamentalmente associada à região de Vouvray, seu lar espiritual.
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Conhecida na África do Sul como “Steen”, tem despontado como uma das grandes variedades brancas daquele país. Sua chegada a Cidade do Cabo pode ser creditada aos esforços de Jan van Riebeeck, governador da região, no séc. XVII, e estimulador da imigração de cidadãos franceses para a colônia.
Segundo a Biblioteca Nacional da África do Sul, isso é possível, embora existam poucos e confusos registros. Fato que é no séc. XX, a variedade francesa já era francamente cultivada em Cape Town, e já havia muitas vinhas velhas, o que corrobora com a sua antiguidade.
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Além da França e da África do Sul, enólogos do Chile, da Argentina, da Espanha, da Serra Gaúcha, e até de Goiás (isso mesmo, Goiás), têm produzido lindos vinhos com a variedade.
No Chile, é cultivada desde os anos de 1940, no Valle del Maule, e um ótimo exemplar é o Cementerio, da Longaví. Na Catalunha, em Terra Alta, Joan R. Bada e Josep Arrufat, produzem um excelente exemplar com mínima intervenção. No Brasil, há algumas opções bem interessantes.
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Na Serra Gaúcha, na região de Carlos Barbosa, a Arte da Vinha, elabora um Chenin elétrico e cheio de tipicidade; ainda na Serra, a Sacramentos Vinifer entrega um Pét-Nat, Il Dolce Far Niente, ao melhor estilo dos vinhos naturais; e a vinícola Monte Castelo, de Goiás, elabora o Monte Alba, um blend de Chenin com Sauvignon Blanc muito interessante.
Para concluir, fica a dica de dois exemplares clássicos que valem a pena provar e comparar com os das demais regiões: Famille Bougrier Confidences Vouvray, e um excelente custo-benefício, da África do Sul, o Robertson Winery Chenin Blanc.
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