Conheça algumas dicas para adicionar o enoturismo na sua visita a Austrália e conhecer o Hunter Valley e apreciar atrações além das convencionais
Paulo Backes @paulo_zeca_backes Publicado em 21/02/2024, às 13h00
Percorrer as paisagens vitícolas australianas e beber seus vinhos é mergulhar num mundo diverso de castas e terroirs. Muito além da Syrah, sua casta símbolo, a Austrália produz inúmeras variedades que se destacam.
Sendo um país continental, possui várias zonas climáticas, das mais frias às mais quentes, o que possibilita cultivar praticamente todos os tipos de uvas viníferas. Para quem for visitar o país e quiser aproveitar as maravilhas do enoturismo, uma das opções é o Hunter Valley.
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Uma das regiões vinícolas mais conhecidas e históricas da Austrália, Hunter Valley está localizada ao norte de Sydney e especialmente Newcastle em New South Wales. É uma zona de cultivo que inclui a região de Hunter e as sub-regiões de Upper Hunter Valley, Broke Fordwich e Pokolbin, com 2.605 hectares de vinhedos.
O Hunter Valley fica perto de Sydney, em torno de 180 quilômetros, dependendo do roteiro. Existem uns três caminhos diferentes de quem vêm do sul e a escolha depende do tempo de viagem disponível. O melhor é alugar um carro, a Austrália tem uma tolerância de aproximadamente uma taça de vinho por hora – para homens flagrados dirigindo, pois as distâncias entre os locais mais interessantes para se visitar são grandes.
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A viagem, contudo, é muito agradável, desde o momento que se abandona a highway M1 em direção noroeste, próximo a Somersby e se avança pelas estradas vicinais, como a Peats Ridge Road, que percorre uma bela região de chácaras e sítios dedicados a fruticultura, silvicultura e rodeados por grandes Parques Nacionais.
Chamam a atenção as tendas de produtos locais, onde se vende deliciosas ameixas e laranjas, e se estiverem fechadas, as frutas ficam a mostra com os preços (você pode pegar e colocar o dinheiro em uma caixinha).
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A estrada segue costeando o Parque Nacional Yengo até Wollombi, pequeno vilarejo agradável onde se pode parar para um breakfast de respeito ou tomar uma cerveja no pub local. Desse vilarejo, que é uma encruzilhada, começou de fato o roteiro vinícola programado.
Daqui, ou se parte para o norte, em direção a Broke e depois Pokolbin e Cessnock, percorrendo o Hunter Valley ou se faz o inverso. Optei pela primeira opção, sendo a primeira parada na Krinklewood Biodinamic e Organic State, com belos vinhedos em uma paisagem quase selvagem. Depois, na Winmark Wines e Art Gallery e Margan Winery.
Próxima parada, a famosa Tyrrell’s, histórica e muito conhecida. Aqui chegamos em Pokolbin, coração dos vinhos da DOC Hunter Valley. São mais de 50 vinícolas grandes e médias, além de um sem número de pequenos produtores mais artesanais.
Um pouco ao norte da Tyrrel’s, temos a Scarborough, uma bela vinícola, no topo de uma coxilha, com um garden wine com vistas para os vinhedos e montanhas do entorno. Destaque para a simpatia dos donos. Quase ao lado, uma das melhores vinícolas da nova geração de vinhateiros do Hunter, a Vinden State, sob o comandode Agnus Vinden, que tem um ousado projeto de vinhos de mínima intervenção. Outro destaque dos vinhos naturais e orgânicos na região é a Harkham Wines. Projeto familiar de imigrantes judeus, adquire-se uvas na região para produzir alguns excelentes Shiraz.
Um roteiro imprescindível é percorrer a região de Mount View, com estradas vicinais com vistas panorâmicas e que percorrem vinhedos e chácaras. Destaque para o Bistro Molinos, lugar charmoso e com bela vista. Além das vinícolas citadas, vale destacar outras como: M&J Becker. Macquariedale, De Iullis, Brokenwood e o Small Winemakers Center (um empório de produtores menores e interessantes).