Sócia-proprietária de vinícolas em Napa e Oregon junto do marido Francis Ford Coppola, Eleanor faleceu aos 87 anos
Sílvia Mascella Publicado em 18/04/2024, às 08h00
O mundo do vinho e das artes cinematográficas nos EUA se despediram, no último final de semana, de Eleanor Coppola. Nascida em Los Angeles em 1936, ela era formada em design pela UCLA e começou a atuar como assistente de direção de filmes em 1962, onde conheceu o diretor Francis Ford Coppola, com quem se casou em 1963.
Diretora de vários documentários, inclusive um ‘behind the scenes’ (por trás das câmeras) sobre o grande clássico de seu marido Apocalipse Now, ela foi vencedora do prêmio Emmy por esse trabalho e também dirigiu longas-metragens como “Paris pode esperar”, com a atriz Diane Lane.
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Eleanor Coppola declarou, em uma entrevista em 2017, que havia filmes demais sobre assuntos sombrios e o que ela queria era fazer um filme do qual as pessoas saíssem com fome e com vontade de beber uma boa taça de vinho. E no vinho ela também atuou longamente.
Nascida numa típica família americana, o vinho não era comum na mesa de casa, até que seu pai foi estudar arte na França e trouxe alguns dos costumes franceses com ele. O interesse aumentou quando ela se casou com Francis e assim entrou para uma grande família italiana. Os grandes vinhos do mundo chegaram até eles quando trabalhavam com o ator Bill Cosby, em Las Vegas.
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Em meados da década de 1970 a família estava procurando uma casa de férias em Napa Valley e acabaram por comprar uma vinícola. Não uma qualquer, mas sim as terras da histórica Inglenook, fundada em 1879 e uma das mais antigas vinícolas da Califórnia. Foi nessa propriedade que os filhos do casal pisaram uvas, que Eleanor escreveu livros, pintou, desenhou e investiu tempo e dinheiro para trazer a antiga propriedade de volta aos dias de glória.
Família, arte e vinhos estiveram intrincados por décadas na longa e produtiva vida de Eleanor. A filha, e também diretora de cinema, Sofia dá seu nome para um espumante Blanc de Blanc, que o pai criou para seu casamento. A própria Eleanor tem seu nome num rótulo de um tinto que mistura uvas das duas vinícolas da família, de Napa e de Sonoma. Mas não é só isso: Eleanor e Francis também possuem uma marca de destilados (Great Women Spirits) cujas garrafas de vodca, gin e brandy têm nomes de grandes mulheres da história mundial e do cinema, como o whiskey Dorothy Arzner, primeira mulher a dirigir um filme sonorizado em 1928. Pouco antes de morrer, Eleanor Coppola completou seu terceiro livro, onde escreveu: “Eu aprecio como a minha vida me levou a tantas experiências e lugares diferentes e inesperados, muito além de meus sonhos mais inusitados”.