E não estamos falando apenas de comida, pesquisa de dez anos indica que pastoreio de ovelhas melhora o terroir, além de ajudar na absorção e carbono
Redação Publicado em 31/07/2022, às 07h45 - Atualizado às 08h00
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O que um estudo da Extensão Cooperativa da Universidade da Califórnia (UCCE) e a UC Davis indica é que o pastoreio de ovelhas pode aumentar o sequestro de carbono e melhorar a saúde do solo, a biomassa microbiana e o teor de nutrientes nos vinhedos.
A pesquisadora Kelcey Brewer da UC Davis comparou dados de 10 anos de vinhedos do norte da Califórnia em quesitos como armazenamento de carbono do solo, saúde do solo e nutrientes e chegou às seguintes conclusões:
As ovelhas comem ervas daninhas que crescem na base das vinhas e, à medida que pastam, fertilizam o solo.
Geralmente os produtores deixam o rebanho livre durante a grande maioria do inverno e outono, até o início da primavera, mas evitam épocas de brotação, os animais não têm escrúpulos quanto a experimentar uma ou outra uva…
Animais domesticados e selvagens ajudam a viticultura nos mais variados aspectos. O uso de cavalos para o arado, por exemplo, continua sendo muito comum, mesmo após a introdução dos tratores. Rebanhos de ovelhas, gansos, galinhas, porcos e outros bichos também foram criados ao redor dos vinhedos, mesmo após o surgimento de pesticidas para controle de pragas.
Ou seja, não é porque se criou uma nova tecnologia que práticas e sabedorias antigas deixaram de ser válidas.
Galos, galinhas, galinha d’angola e galináceos em geral, patrulham o vinhedo e ajudam a eliminar insetos e pequenas pragas que ficam na base das videiras e podem atacar as uvas. E elas também auxiliam na fertilização.
Assim como as galinhas, os gansos também auxiliam no controle de pequenas pragas, especialmente besouros e aranhas.
Eles ainda ajudam a alertar contra possíveis ameaças, como cobras, por exemplo.
Os produtores tendem a dar preferência a uma raça de porquinhos domésticos de tamanho diminuto, pois, dessa forma, eles ajudam a manter a grama baixa e controlar as ervas daninhas ao mesmo tempo que são pequenos demais para alcançar as uvas.
Algumas vinícolas sul-americanas – mas também em outras localidades –, usam lhamas e alpacas para ajudar a controlar ervas daninhas nos vinhedos e também fertiliza os terrenos.
As abelhas ajudam a polinizar não somente as vinhas, mas todas as flores silvestres nativas e as plantas de cobertura geralmente usadas para atrair insetos benéficos – que vão comer alguns indesejados, como cigarras e ácaros.
Morcegos comedores de traças costumam ajudar produtores a enfrentar o problema da podridão cinzenta em seus vinhedos. Eles são usados para comer mariposas que causam a podridão cinzenta e para ajudar a erradicar outras pragas.
Os tatus ajudam a controlar vermes e formigas comedoras de vinhas. Eles devoram diversos tipos de insetos terrestres, mas também podem comer uvas, portanto, é preciso ter controle sobre a população.
Falcões, gaviões, corujas e outras aves de rapina geralmente são ótimos para controlar populações de pássaros e roedores que tendem a infestar os vinhedos em busca das uvas no período da colheita.