Pedido de produtores para aumento de impostos sobre vinhos importados está em estudo pelo governo russo
Silvia Mascella Publicado em 22/03/2024, às 13h00
"Vale tudo no amor e na guerra" diz o velho ditado. E os produtores russos, que no ano passado conseguiram um aumento nos valores de impostos sobre a importação de vinhos de 12,5% para 20%, pedem agora que essa porcentagem chegue a 200%, para os vinhos que são trazidos de países não amigáveis, incluindo - é claro - os que pertencem à OTAN.
Uma vez que o governo russo concorde com o pedido da AVVR (Associação de Viticultores e Vinicultores da Rússia), o que deve acontecer em breve, países como França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha, Hungria e até as vizinhas Croácia e Eslovênia serão duramente impactados para enviar os vinhos para o país. Analistas acreditam que com o aumento dos preços, alguns importadores suspenderão totalmente as compras.
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O diretor executivo da AVVR, Alexey Plotnikpv afirmou o grupo decidiu fazer o pedido para o Governo e o Parlamento Russo como maneira de proteger o mercado e os produtores locais, requisitando a imposição de impostos de 200% para os vinhos, espumantes e fortificados vindos das nações pertencentes à OTAN.
Plotnikov também afirmou que o grupo pediu o cancelamento das condições especiais de importação que a vizinha Geórgia tem com o país. Outras medidas requisitadas pelo grupo são a instituição de uma cota mínina obrigatória de 20% de vinhos russos nas prateleiras das lojas até 1o de setembro de 2024, que será aumentada para 50% posteriormente e também um pedido para que os cafés e restaurantes tenham 50% de vinhos russos em suas cartas e que esses vinhos apareçam sempre no começo das listas.
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São vários os problemas esperados pelos analistas de mercado de vinho e importadores caso o plano da AVVR seja aprovado: a indústria de vinho russa ainda é pequena e não é capaz de atender todo o mercado e por conta da baixa produção os vinhos são caros. Mesmo com um aumento (possível) da importação de vinhos de outras nações como o Chile, a Argentina e a África do Sul os preços em geral devem subir até 30%, haverá uma diminuição de rótulos disponíveis e, por fim, as relações comerciais internacionais (e não apenas do produto vinho) ficam duramente impactadas.