Explore os vinhedos, adegas e sabores únicos da Ilha da Madeira, onde a tradição do vinho se mistura à beleza natural de montanhas e oceano
Redação Publicado em 19/04/2006, às 07h08 - Atualizado em 07/01/2025, às 10h00
Não é à toa que é o destino turístico mais antigo da Europa e recebe milhares de visitantes por ano. Localizada ao Norte do Oceano Atlântico, Madeira é uma ilha de beleza rara. O contraste do verde abundante de sua vegetação com o intenso azul do mar forma um cenário mais que convidativo.
O visual com a grandiosidade dos seus montes, a amenidade dos seus vales e o relevo caprichoso do seu solo, aliados ao clima subtropical da região, proporcionam um paraíso ideal para a proliferação de flores e frutos.
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Depois de 1418, quando a ilha foi descoberta, o Infante D. Henrique, grande iniciador dos descobrimentos portugueses, percebeu que a região era privilegiada para o plantio de vinhas e mandou trazer da Grécia cepas "Malvasia", originárias de Napoli di Malvasia, introduzindo o cultivo desde então.
A Madeira concentra também grandes plantações de cana de açúcar. O resultado do vinho e do açúcar de alta qualidade atraiu a atenção de empresários do mundo todo.
O vinho da Madeira pertence à categoria dos vinhos generosos. Seu teor alcoólico mínimo é de 17%, por sofrer adição de aguardente vínica. São produzidos vinhos tinto ou branco, seco ou doce. Há também uma pequena produção de vinhos de mesa madeirenses.
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Existem dois procedimentos diferentes de produção do Vinho da Madeira: o de Canteiro e o de Estufa. O primeiro consiste num sistema simples, onde depois da fermentação, os cascos com os vinhos são colocados sobre duas traves com altura de mais ou menos 20 cm do chão, procedendose então, os devidos tratamentos. Esse é um processo de envelhecimento bastante lento. Nos vinhos de canteiro, o estágio obrigatório, antes de se engarrafar, é de 36 meses após a última alcoolização.
Já no processo de estufa, o vinho é submetido a altas temperaturas durante um espaço de tempo curto, cerca de 3 meses, no qual ocorre a oxidação acelerada. O vinho é colocado em estufas a uma temperatura de mais ou menos 45º. Depois de todo o processo eles só podem ser comercializados após 12 meses. Ambos os processos são bastante utilizados pelas empresas.
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O resultado de tanto trabalho, explica-se quando se degusta um vinho da Madeira. O gosto de caramelo com um toque amargo é marca registrada da região. O vinho Malvasia por exemplo, teve a sua origem em Napoli di Malvazia lá na Idade Média, e faz sucesso até hoje. Ele é extremamente suave, doce e muito aromático, deixando aquele famoso gostinho amargo na boca. Harmoniza muito bem com o difícil chocolate.
A região vitivinícola da Madeira abrange cerca de 1.850 hectares, aos quais se devem acrescentar 80 hectares de Porto Santo, ilha vizinha que tem sobretudo interesse na cultura da uva de mesa e na fabricação de mostos concentrados.
Nas vinícolas situadas na parte meridional da ilha cultivam-se as melhores castas européias para a produção do vinho generoso. O vinho da Madeira tem uma graduação alcoólica compreendida entre os 17,5º a 22º, com diferentes tipos que estão ligados às castas de onde provêm e que segundo o seu grau de doçura são os seguintes: Sercial (seco), Verdelho (meio seco), Boal (meio doce e o já citado Malvasia (doce).
Os vinhos mais importantes da Madeira são: Sercial - o mais seco, de cor âmbar com reflexos alaranjados, buquê amendoado, e um firme caráter; Verdelho - menos seco que o Sercial, de cor âmbar ou amareloacastanhado, com buquê amendoado, sabor meio seco e muito equilibrado; Malvasia - muito aromático, doce e macio; Boal - meio doce, rico de aroma e sabor; Terrantez - certamente o mais raro, tem características entre o Verdelho e o Boal.
A certificação dos vinhos DOC da Madeira é feita pelo Instituto do Vinho da Madeira.