Arqueólogos encontraram estrutura da época da ocupação romana na Grécia, que era utilizada como loja de vinhos
Silvia Mascella Publicado em 06/02/2024, às 08h00
Uma pesquisa apresentada em janeiro deste ano no encontro do Instituto dos Arqueólogos da América, em Chicago, revelou que foram escavadas na Grécia as ruinas de uma loja de vinhos de aproximadamente 1.600 anos. Segundo os cientistas, o prédio teria sido destruído e abandonado após algum evento catastrófico, como um terremoto ou alagamento, por exemplo.
Os autores da pesquisa, Scott Gallimore (professor de arqueologia da Universidade Wilfrid Laurier no Canadá) e Martin Wells (professor associado de ciências clássicas da Faculdade de Austin), explicaram que a loja funcionava na antiga cidade de Sikyon (ou Sicyon) no sudeste da Grécia, na região do Peloponeso, na época da ocupação romana. Moedas encontradas no local datam do reinado de Constantino II, que foi de 337 a 361 d.C.
LEIA TAMBÉM: Pesquisadores descobrem pithos para vinhos com quase 3 mil anos
A escavação da loja, que ficava na parte norte de um complexo comercial, revelou mármores que podem ser de balcões ou prateleiras, vasos e ânforas de muitos formatos feitos de materiais como bronze, vidro e cerâmica, além de 60 moedas espalhadas pelo chão. Em entrevista para o portal Live Science, o pesquisador Scott Gallimore informou que ainda não é possível saber qual o tipo de vinho era feito e vendido no local: "As evidências que temos até o momento, por conta das sementes de uvas encontradas, só nos informam que elas eram Vitis vinifera", disse.
Outras lojas escavadas na mesma planta continham peças de barro de muitos tamanhos e um forno para assar as peças (o que pode revelar que havia um artesão no local), e também espaços com lagares e prensas que podem ter sido utilizados para armazenar e prensar uvas e azeitonas. Os arqueólogos acreditam que o espaço foi utilizado até o século 5 de nossa era.
LEIA TAMBÉM: Qual é a origem da palavra VINHO?