Produtor espanhol se diz preocupado com a falta de ação de colegas
Redação Publicado em 12/07/2019, às 15h00 - Atualizado às 16h17
Um dos principais apoiadores das medidas para combater o aquecimento global dentro da indústria do vinho é o prestigiado Miguel Torres, das Bodegas Torres, da Espanha. Há anos sua empresa vem focando na diminuição da pegada de carbono assim como em outras ações sustentáveis e ecológicas. Nos últimos tempos, porém, ele tem se tornado a grande voz a alertar seus colegas produtores.
“A maioria das pessoas na indústria do vinho ainda não entende a urgência de agir em conjunto contra a mudança climática”, falou em um curso sobre mudanças climáticas da Familia Torres. Ele afirmou ainda que é decepcionante que apenas 20 vinícolas na Espanha tenham se juntado ao grupo Wineries for Climate Protection, que ele criou em 2011.
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Recentemente, Torres buscou expandir a iniciativa em parceria com a empresa americana Jackson Family Wines, anunciando a formação da International Wineries for Climate Action. Enquanto várias vinícolas em todo o mundo estiveram envolvidas em pesquisas e iniciativas destinadas a reduzir o uso de energia e os efeitos das mudanças climáticas, Torres pediu um maior foco na tecnologia na adega. “Milhares de toneladas de CO2 são emitidas durante o processo de fermentação. Precisamos nos concentrar na captura e reutilização de carbono”, apontou. Ele está trabalhando com a empresa alemã de tecnologia Exytron para testar um sistema inteligente de energia capaz de transformar o CO2 capturado durante a fermentação em material reciclável para a produção de gás natural comprimido, como o metano.
Torres disse que sua empresa investiu mais de € 15 milhões em eficiência energética, uso de energia renovável e transporte ecoeficiente. O grupo está no caminho certo para reduzir as emissões de carbono em 30% por garrafa até 2020, em comparação com os níveis de 2008. Ele planeja atingir reduções de 50% até 2030 e 80% até 2045.