Gigante francesa fez proposta para comprar empresa que produz o vinho alemão da garrafa azul
Silvia Mascella Publicado em 21/03/2024, às 08h00
O nome (Liebfraumilch) era impossível de pronunciar para a maioria dos brasileiros, mas a garrafa diferenciada facilitava as coisas. De um azul profundo que se destacava em qualquer prateleira, o vinho branco alemão de perfil perfumado e doce fez um sucesso estrondoso no Brasil nos anos 1980.
O 'leite da mulher amada' - tradução não muito acertada da palavra Liebfraumilch que os brasileiros adotaram - segue sendo um vinho que responde por uma significativa parte das exportações de vinhos alemães, embora não seja mais tão consumido em seu país de origem e quase nenhuma marca mais utilize a garrafa azul.
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Várias vinícolas das regiões de Rheinhessen, Rheingau, Nahe e Pfalz produzem esse vinho de corte (uvas Riesling, Müller-Thurgau, Silvaner e Kerner) que possui um mínino de 18g de açúcar por litro (mas pode passar de 30). (Leia no destaque abaixo a história completa dos Liebfraumilch, é deliciosa!)
A marca Blue Nun foi uma das que fizeram história no mercado brasileiro e mundial. Criada em 1921 por H.Sichel Söhne na cidade de Mainz, ela se expandiu muito depois da segunda guerra, quando o proprietário abriu escritórios em Londres e Nova York fazendo com que a marca se tornasse a primeira alemã a ser distribuida exclusivamente no exterior. Embora sem a palavra Liebfraumilch no rótulo, o Blue Nun ainda mantêm a consagrada garrafa azul.
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Atualmente a empresa pertence a Franz Wilhelm Langguth Erben, peso-pesado a indústria de vinho alemã, mas o site francês de notícias Vitisphere publicou que a empresa será vendida para a também gigante GCF (Grands Chais de France), que é a companhia que produz a marca JP Chenet, entre outros rótulos de vinhos de entrada.
Segundo o Visisphere, a proposta já está nas mãos das autoridades alemãs e deve ser concluída até o final do mês de abril deste ano. A GFC é a maior exportadora de vinhos da França. Foi fundada em 1979 e faturou, em 2022, 1.3 bilhão de euros. Entre as marcas que ela administra estão a Calvet, a JPChenet e o Château Bastor Lamontagne de Sauternes.