Em encontro com produtores italianos, o Papa Francisco afirmou que "o vinho é para todos, não apenas para os que têm mais oportunidades"
Silvia Mascella Publicado em 30/01/2024, às 08h00
Essa somatória só poderia resultar em taça cheia: um papa nascido na Argentina, cumprindo seu apostolado na Itália e recebendo mais de 100 vinhateiros numa audiência especial no Palácio Apostólico no Vaticano, é conta para garrafa double magnum, no mínimo.
O encontro recebeu o nome de "The Economy of St.Francis and the World of Italian Wine" (A Economia de São Francisco e o Mundo do Vinho Italiano) e aconteceu na semana passada no Vaticano, organizado pela Vinitaly (empresa que realiza a maior feira italiana para o trade).
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Logo no começo do evento o Papa Francisco disse aos mais de cem convidados que "o vinho, a terra, as habilidades agrícolas e o espírito empreendedor são presentes de Deus". A escolha de abordar o trabalho de São Francisco de Assis foi motivada pelo caráter de respeito à terra, a todos os seres e à promoção da paz e da justiça tão praticadas pelo Santo.
O Papa ressaltou que era muito bom que os presentes estivem refletindo juntos nos aspectos éticos e nas responsabilidades morais que envolvem a produção do vinho. Ele afirmou que estava satisfeito que a inspiração viesse de Francisco de Assis, para o cuidado com o meio ambiente, com o trabalho e com o consumo saudável, mostrando respeito em todos os aspectos da produção e comercialização.
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Durante a palestra várias vezes o Papa mencionou a importância da ética e do meio ambiente, fazendo referência a uma de suas encíclicas, 'Laudato Si' - Sobre o Cuidado de Nossa Casa em Comum: "Na verdade, o cuidado genuíno com nossas vidas, com a nossa relação com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade ao próximo", declarou Francisco.
Ressaltando para os presentes que o grande número de empresas envolvidas na produção do vinho na Itália é fonte de grande impacto na economia, na cultura e na geração de empregos, o Papa afirmou que" "O Criador nos confiou tudo isso, à nossa sensibilidade e à nossa honestidade, para que possamos transformar as uvas - como está nas Escrituras - em uma verdadeira fonte de alegria para o coração do Homem e de todos os homens, não apenas para aqueles com maiores oportunidades".