Essencial para o sacramento da eucaristia, o vinho tem ligação direta com a história cristã
Glaucia Balbachan Publicado em 10/03/2022, às 16h00
Há regras emitidas pelo Vaticano que regulam o vinho utilizado na missa
Chamado de vinho canônico ou vinho sacramental é a bebida exclusiva no momento da consagração representando o sangue de Jesus nas missas. É uma das partes mais importantes da celebração e traz algumas instruções rigorosas do Vaticano.
Com isso, muitas vinícolas no mundo produzem vinhos de forma exclusiva para missas. Porém, vinhos comuns vendidos em mercados também podem ser usados nessas circunstâncias, mas é importante que a bebida apresente condições que validem o momento eucarístico.
O vinho precisa ser 100% de uva, sem adição de qualquer produto e considerando o limite de 18º de álcool na bebida. O que é recomendado ao pároco é conseguir um vinho adequado dentro das normas procurando compra-lo de vinícolas que respeitem e conheçam as normas envolvidas.
Fato interessante é que nenhum lugar diz que, para representar o sangue de cristo, o vinho precisa ser tinto. Muitas missas no Brasil costumam ser celebradas com vinho rosado. Os padres em Roma, por exemplo preferem utilizar o vinho branco para preservar os tecidos da mesa do altar de possíveis manchas.
Vinhos feitos em Jundiaí foram utilizados na visita do Papa Francisco em 2013
Ainda na Europa, os vinhos canônicos podem ser doces, licoroso ou mesmo fortificado, estilo que em Portugal é utilizado de forma bem comum. Isso, porque são vinhos que aguentam o tempo e o consumo desses vinhos nas celebrações é mais lento pela quantidade de missas realizadas.
Segundo as regras, as uvas dos vinhos religiosos podem ser Vitis Vinifera (que produz vinhos finos) ou hibridas americanas (e os famosos vinhos de mesa). No Brasil é comum a utilização das castas Moscato ou Isabel, na sua maioria rosé e apresentando 16% de álcool.
Cinco vinícolas na Serra Gaúcha produzem esses vinhos específicos seguindo todas as normas exigidas pela igreja, a Salton (300 mil litros ano), Frei Fabiano (50 mil litros ano), Don Affonso (1 mil litros ano), Chesini (50 mil litros ano) e Casa Perini (450 litros ano).
Outra data especial é quando o Papa visita o Brasil e o vinho também é feito sob medida.
Em 2013 quando o Papa Francisco veio ao Brasil para visitar e rezar uma missa na Catedral de Aparecida no interior de SP, o vinho produzido veio de Jundiaí feito em duas versões, um branco elaborado com Moscato e um tinto feito com a uva Niagara ambos produzidos pela vinícola Maziero.
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